Goianos vão gastar R$ 78 bi este ano
Os goianos vão gastar este ano R$ 78,21 bilhões, valor 21% a mais do que o registrado no ano passado (R$ 64,63 bilhões), uma cifra recorde na história econômica do Estado. Isso significa um adicional de R$ 6,2 bilhões no bolso dos consumidores. O crescimento do potencial de consumo de Goiás é mais de cinco vezes o da média nacional (4,1%). A expansão do consumo acontecerá entre os goianos de todas as classes sociais, sustentada pelo aumento do emprego, em função da abertura de mais empresas, da melhoria dos salários e de disponibilidade de mais crédito.
No Brasil, o consumo das famílias deverá chegar a R$ 2,45 trilhões, cerca de 4,1% a mais do que em 2010, de acordo com o estudo IPC Maps. O estudo consolida a importância da classe B (renda entre R$ 2.950,00 e R$ 5.350,00) em Goiás, que voltou a ganhar espaço desde o ano passado. Essa classe concentra 28,6% dos domicílios urbanos do Estado - cerca de 491 mil -, mas responde por 47,2% - o correspondente a R$ 35,42 bilhões - de tudo o que será consumido este ano em Goiás. Esse valor vai crescer 28,7% na comparação com o ano passado.
Já a classe C, que está em ascensão nos últimos anos, consumirá algo em torno de R$ 24,35 bilhões, o que eleva o seu poder de compra em cerca de 20% em relação ao ano passado. O crescimento de consumo da Classe A, o topo da pirâmide social, será de 17%, porcentual menor do que o da média do Estado (21%). Mas isso significa mais R$ 11 bilhões no bolso dessas famílias, para gastar este ano.
Goiás foi o Estado do Centro-Oeste que mais aumentou a participação no share de consumo, de 2,93% para 3,18%, embora continue na 9ª posição no ranking nacional dos Estados. Segundo Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, o que interfere no crescimento ou queda do IPC do consumo é a migração social. Em Goiás, um número maior de famílias está migrando das classes D e C2 as classes C1, B2 e B1, em função da melhoria de renda.
Segundo Pazzini, a tendência é continuar aumentando o potencial de consumo dos goianos, já que o agribusiness continua forte na região e outras empresas, inclusive do segmento metal-mecânico e de serviços, estão se instalando no Estado.
O estudo IPC Maps mostra que, este ano, os destaques para o crescimento do potencial de consumo são as regiões Centro-Oeste e Sul, em função da interiorização setorial da economia, bem como a ascensão da classe B. Nas outras regiões continua evidenciada a importância da classe C, que, mesmo segmentada, evidencia a potencialidade de consumo ao concentrar o maior contingente de domicílios urbanos - mais de 24 milhões - ou 49,3% dos domicílios brasileiros, e respondendo por 29,6% de tudo que será consumido no País.
Embora o crescimento do consumo vá ocorrer mais no Centro-Oeste e no Sul, a região Sudeste mantém a liderança, apesar de ter sido a única a ter perda de participação no ranking.
Gastos
Embora esteja assustada com os aumentos dos preços dos produtos em geral, a dona de casa e salgadeira Maria Eunice, residente no Conjunto Anhanguera, em Goiânia, está otimista com a possibilidade de melhoria de vida da sua família, este ano. Além de investir na saúde, priorizando uma alimentação mais saudável, a família de Maria Eunice planeja trocar o Fusca 84 por um carro zero-quilômetro. "Estamos trabalhando dobrado lá em casa, para aumentar a renda, e realizar o sonho do consumo", conta ela.
Trocar o carro e fazer uma viagem ao exterior é também a meta da família do administrador de empresas Cláudio Pereira Silva, casado com a funcionária pública estadual Wiviane Coutin Alves, pais de Thiago, de 3 anos de idade. Eles contam que, até o ano passado, o item que mais consumia o orçamento familiar era a manutenção do lar, porque estavam acabando de construir e mobiliar a casa. "Agora o que está pesando, em cerca de 20% no nosso orçamento, ou seja R$ 1,6 mil mensais, é o item transporte, por causa da alta dos combustíveis."
Despesas extras levarão mais dinheiro
Gastos com prestação da casa própria, cabelereiro, manicure, advogados, empregados domésticos, serviços funerários, cuidados com os animais de estimação, tarifas bancárias, jogos, mudanças e até o Imposto de Renda devem consumir quase 29% do total dos gastos dos goianos - R$ 78,2 bilhões - previstos para este ano, ou seja R$ 22,329 bilhões.
A estimativa é do diretor do IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini, que divulgou a estimativa de potencial de consumo dos brasileiros para este ano. Segundo ele, quando as famílias começam a incluir outras despesas no orçamento é sinal de melhoria de renda, pois os itens básicos são a alimentação e os gastos com a manutenção do lar (água, energia, aluguel e outras taxas).
A operadora de caixa Claudete Lopes, casada com o segurança João de Deus Ferreira, conta que a manutenção do lar é o item que mais pesa do orçamento da sua família, cerca de 60%. "O valor do aluguel tem subido muito. Apenas este ano passou de R$ 300,00 para R$ 325,00 e a conta da energia elétrica subiu de R$ 25,00 para quase R$ 50,00."
Mas Claudete tem aproveitado o bom momento da economia e além do trabalho fixo num supermercado, faz outros "bicos", fora do expediente, vendendo semijoias, para aumentar a renda familiar. "Queremos realizar o grande sonho: comprar a nossa casa própria."
Este ano os goianos vão continuar priorizando seus gastos também com alimentação. Serão R$ 7,122 bilhões com a alimentação em casa e outros R$ 3,255 bilhões com alimentação fora do domicílio. "O crescimento dos gastos com a alimentação fora de casa significa folga no orçamento familiar", diz Marcos Pazzini.(SF)
Pesquisa mostra crescimento do potencial de consumo dos goianienses
Os goianienses terão, este ano, quase 30%, ou seja, mais R$ 3,6 bilhões, para gastar, na comparação com 2010. Serão R$ 24 bilhões para o consumo, conforme estimativa da pesquisa IPC Maps da IPC Marketing 2011. Goiânia ascendeu três posições no ranking nacional de potencial de consumo, voltando a ocupar a 9ª posição, lugar que foi seu há três anos.
Goiânia está caminhando na contramão das outras capitais que estão perdendo participação no ranking nacional do potencial de consumo das famílias. No ano passado, as 27 capitais detinham 34,5% do consumo nacional. Este ano, elas representarão 32,7%, o que significa R$ 802,8 bilhões para o consumo.
Marcos Pazzini disse que ocorreu em Goiânia o mesmo fenômeno do Estado. Ou seja, houve uma migração de famílias das classes D e C para as B e A2, que têm melhor renda.
Desconcentração
Apenas Goiânia aparece no ranking das 50 maiores cidades do País em potencial de consumo. Entre as 100 já despontam Aparecida de Goiânia (52ª) e Anápolis (78ª).
A tendência de desconcentração do consumo das grandes cidades para os municípios menores vem se desenhando desde 2000 e vai continuar aumentando, observa Marcos Pazzini.
O diretor da Partner Corporate (empresa especialista em projetos de viabilidade de investimentos), economista Geraldo Rocha, disse que em Goiás é visível a migração de investimentos para o interior do Estado. Ele cita que, em setembro, será inaugurado um shopping center, com 50 lojas, em Mineiros, e depois será a vez do de Jataí, com 70 lojas. Em Águas Lindas de Goiás está em construção um grande centro comercial e, nos próximos dias, será lançado o projeto de construção do shopping de Catalão.
Investimentos
O economista lembra ainda que, nos últimos dias, foram anunciados investimentos de R$ 1 bilhão para a duplicação da fábrica da Mitsubishi, em Catalão, e outros R$ 100 milhões para a instalação de montadora em Itumbiara.
"Esses projetos de investimentos são fatos geradores de renda, de riquezas, de empregos, de mais desenvolvimento econômico, e automaticamente, de melhoria de potencial de consumo das famílias", esclarece o economista Geraldo Rocha, da Partner.
Goiás tem quase 365 mil empresas, de um total de 11 milhões em todo o Brasil. Estão computadas nesse número inclusive as empresas individuais, que até o ano passado não eram consideradas na contagem de empresas do estudo IPC Maps.
A maior parte das empresas goianas (166.807) é do ramo do comércio, seguido do de serviços (140.304) , indústria (44.220) e agribusiness (12. 828).
Fonte: O Popular