Lucro de postos em Goiânia passa de 18%

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André Passos

A quarta reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI), instaura- da pela Câmara de Vereadores de Goiânia, que investiga os motivos da alta nos preços dos combustíveis em Goiânia, conseguiu ouvir apenas um dos quatro representantes de distribuidoras, convocadas a prestarem esclarecimentos ontem. Os postos de combustíveis declararam lucros de quase 18% nas vendas de etanol e de apro- ximadamente 12% com a gasolina tipo C.

A informação, conforme o presidente da CEI, vereador Djalma Araújo (PT), contraria a afirmação do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindiposto ), Leandro Lisboa, que, no último dia 6, disse que esta margem era, em média, de 3%.

Shell, UBP, Rio Branco e Zema foram as distribuidoras convocadas. Somente a última foi ouvida, já que a Rio Branco enviou representantes, considerados inválidos pela comissão. Pela segunda vez, Shell e UBP não enviaram ninguém e ainda se recusaram a receber os convites da Câmara.

De acordo com o gerente de Custos da Zema Companhia de Petróleo, Hélio Henrique da Costa, o etanol é repassado pela empresa, atualmente , tanto aos postos da rede quanto aos de “bandeira branca”, a R$ 1,54. Já a gasolina tipo C – com 75% de gasolina pura (A) e 25% de álcool anidro – é revendida aos postos por R$ 2,53.

Com estes valores e, considerando que maior parte dos postos goianieses pratica, em média, preços de R$ 1,89 para o etanol e R$ 2,89 para a gasolina C, os lucros dos postos superam os 18% para o primeiro e quase 13% para o segundo produto. “O que foi falado pelo presiden-te do Sindiposto está sendo desmentido e ele será convocado novamente”, disse Araújo.

Ainda segundo informações do representante da Zema, em dois anos, o aumento do álcool anidro – que é adicionado à gasolina A (pura) – foi de algo em torno de 210%. Naquela mes- ma época, em 2009, o álcool anidro custava R$ 0,88, passou para R$ 1,32 em 2010 e, neste ano chegou a custar R$ 2,72.

Em relação às altas nos preços antes dos feriados prolongados, Costa justificou que o repasse veio das usinas. “No dia 15 de abril, tínhamos o anidro por R$ 2,47. Dois dias depois passou para R$ 2,82 e, só na semana seguinte, teve redução de R$ 2,38, R$ 1,88, até chegar aos atuais R$ 1,46”, contou o gerente da Zema.
Ele revelou comprar todo o álcool anidro de usinas fora de Goiás, exceto o álcool hidratado. “Temos, em outros Estados, taxas de ICMS menores que representam redução de até R$ 0,09 por litro”, explicou.

Fonte: Jornal O Hoje