Falta a parte do poder público na área do transporte

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Os usuários do transporte coletivo continuarão a sofrer toda sorte de dificuldades para utilizar o serviço, mesmo com todo o investimento em tecnologia realizado pelo setor empresarial, se não houver contrapartida do poder público. Essa é a análise de especialistas ouvidos pelo POPULAR, que comentaram ontem a entrevista do diretor-geral do consórcio das empresas que integram a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), Leomar Avelino, ao Face a Face . O diretor respondeu a perguntas de leitores na rede de relacionamento Facebook. Os principais trechos da entrevista foram publicados ontem no POPULAR.

Coordenador da Regional Centro-Oeste da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Antenor Pinheiro considera que o consórcio empresarial tem feito sua parte, e bem. "Temos tecnologia de primeiro mundo. Houve avanço significativo no plano empresarial. Porém, falta infraestrutura voltada para o transporte. Os investimentos em obras públicas não seguem o mesmo ritmo", comenta.

Antenor lembra que, embora haja a previsão de construção de 192 corredores de transporte coletivo, por exemplo, não se vê movimento por parte do poder público no sentido de executar esses projetos visando aumentar a velocidade e a qualidade, de um modo geral, o serviço.

Fernanda Mendonça, arquiteta e urbanista especialista em trânsito e transporte, divide opinião semelhante à do coordenador-regional da ANTP. "Infelizmente, a tecnologia existente hoje não se reflete para o usuário. Considero que o furo está no privilégio que a administração pública continua a dar para o automóvel em detrimento do transporte público."

Segundo Fernanda, quando da licitação do transporte coletivo, decidiu-se que as empresas fariam investimentos em tecnologia e na reforma dos terminais - "Isso tem ocorrido" - e o poder público, em infraestrutura viária. "Como exemplo, a Prefeitura deveria ter implantado os corredores de transporte". Algumas medidas emergenciais, como a criação de faixas exclusivas nos corredores, sequer necessitam de grandes investimentos, destaca a urbanista.

Fonte: O Popular