Por Seleção e sonho de Copa, Goiás apressa obras e aumenta gastos
Fora da Copa do Mundo de 2014, Goiânia não quer ficar atrás das cidades escolhidas como sedes da competição e traçou um plano para modernizar o Estádio Serra Dourada. Porém, a confirmação do amistoso da Seleção Brasileira contra a Holanda, no próximo sábado, às 16h10 (de Brasília), apressou o cronograma e fez o Governo aumentar os gastos previstos para a reforma.
A licitação para as obras no estádio visando o amistoso saiu apenas no dia 4 de maio com a previsão de custo de R$ 1,484 milhões. Cinco dias depois, as máquinas foram ligadas com a pressão de em menos de um mês deixar o local pronto para receber não só o jogo da Seleção, mas também os treinos que começam já nesta quarta-feira.
"Estava previsto 1,45 milhão, mas já estamos em mais de 1,5 milhão. Tivemos 21 dias para deixar pronto e está quase tudo certo", disse o administrador do estádio, Itamir Campos Arantes Júnior, em entrevista exclusiva ao Terra.
O presidente da Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel), José Roberto de Athayde Filho, minimizou o aumento e disse que ele não será sentido nas contas da entidade. "Conseguimos parcerias para cobrir (os gastos)", explicou em entrevista por telefone ao Terra.
O Governo goiano também subsidiou parte dos ingressos junto à organização do amistoso por meio de um programa de troca de notas fiscais. A prática já é rotineira em jogos dos times goianos em competições nacionais e no campeonato local. Desta vez, no entanto, cerca de 30% dos ingressos foram distribuídos desta maneira, contra 10% do usual, o que inevitavelmente provocou um aumento de custo.
O anúncio da porcentagem foi realizado na última segunda-feira e provocou surpresa na cidade. O Governo diz que o número já estava fechado previamente e não tem relação com a venda abaixo do esperado. O preço de R$ 150 para arquibancadas - já esgotadas - e R$ 340 para cadeiras está muito acima do padrão em jogos nacionais.
Obras
Para receber a Seleção, o Estádio Serra Dourada ampliou a sala de imprensa, criou um vestiário feminino de arbitragem, construiu salas para exame antidoping e duplicou as vias de acesso ao estádio. O Terra visitou o local na última terça-feira (veja galeria de fotos) e a impressão era de que faltava muito para estar pronto.
Mesmo assim, o administrador Itamir Campos disse que sua única preocupação é com a pintura de última hora. "Acho que pode ficar um odor de tinta fresca", contou Itamir, que ainda afastou qualquer possibilidade de um enxame de abelhas voltar a atrapalhar uma partida como ocorreu na semifinal do Campeonato Goiano entre Goiás e Vila Nova. "Aquilo foi uma casualidade. Engraçada, mas que é quase impossível de acontecer de novo", disse.
Copa em vista
Todo o plano de desenvolvimento do Estádio Serra Dourada tem como pano de fundo o desejo de fazer parte da Copa do Mundo de 2014. "Queremos estar prontos para receber seleções de ponta (para período de treinamentos), para a Copa das Confederações e, se alguém desistir, por que não para a Copa?", explicou o administrador Itamir.
No panorama atual, a possibilidade maior é Goiânia apenas seduzir alguma seleção em busca de local de treinamento. As sedes da Copa das Confederações serão anunciadas apenas em julho, mas cinco delas já são dadas como certas: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador.
Quanto à Copa do Mundo, é improvável que a Fifa, mesmo se ocorrer alguma desistência, faça uma substituição de última hora. Mesmo assim, o discurso é de que o Estádio Serra Dourada ficará perto do que a entidade máxima do futebol considera ideal. "Não podemos ficar atrás. Também precisamos nos modernizar e cumprir os encargos da Fifa", concluiu o administrador.
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Fonte: Terra Esporte.