Goianiense reprova transporte coletivo
Em julho, quando a pesquisa indicou nota 3,5 ao serviço, O POPULAR mostrou que lentidão, superlotação e falta de conforto são resultado não só de problemas de trânsito saturado, da ausência de corredores exclusivos ou de investimentos, mas também de fiscalização ineficiente. Segundo o Ministério Público (MP-GO), as empresas se autocontrolam.
Na nova rodada da pesquisa, 80% dos entrevistados reprovam o transporte coletivo, dando-lhe notas de 5 para baixo. "Qualquer que seja o nível de instrução do usuário, a avaliação negativa está próxima dos 80%", conclui o levantamento.
Lotados
À lotação, a nota média foi 7,8 - vale observar que quanto mais próximo de 10, mais superlotado é considerado o ônibus. Nesta questão, a nota 1 significa que todo usuário viaja sentado e a nota 10 diz que muitos usuários são obrigados a trafegar em pé.
A pior avaliação ficou por conta dos entrevistados que informaram possuir curso superior: 84% desse universo vê superlotação. Apenas 21% dos entrevistados do universo total disseram não haver superlotação.
Oitenta e dois por cento do universo feminino reprovam o sistema, contra 76% do masculino. A insatisfação das mulheres pode ter sido puxada por uma das questões, que quis saber qual a probabilidade de o usuário ser molestado ou assaltado dentro do ônibus. "Mulheres dizem ter mais probabilidade que os homens e essa diferença é estatisticamente significativa", dizem os pesquisadores. A medo de ser molestado ou assaltado é proporcional ao avanço da idade do usuário.
Sujeira
No quesito limpeza, que teve nota média 4,1, as mulheres também destacaram as piores avaliações: 76% do universo feminino deu notas de 5 para baixo, contra 69% do universo masculino. "A proporção de mulheres que avaliam negativamente a limpeza dos ônibus é significativamente maior que a de homens", diz o estudo do Serpes. Os mais jovens tendem a reprovar menos a falta de limpeza dos ônibus.
A pesquisa ouviu moradores de Goiânia, usuários ou não, maiores de 10 anos de idade. O intervalo de confiança, segundo o Serpes, é de 95% e a margem de erro máxima seria de 2,23 pontos percentuais para mais ou para menos nos dados da amostra global. Entrevistados foram abordados em vias públicas e, segundo o relatório, a escolha do morador no domicílio foi acidental.
Fonte: O Popular