Escoamento é o maior gargalo do Centro-Oeste
Vinicius mamedeO meio de transporte rodoviário foi citado como o “principal inimigo” dos produtores da região Centro-Oeste, pela senadora e presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu. O discurso foi acompanhado de perto pelo governador Marconi Perillo, pelo presidente do sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, e representantes dos demais Estados da região – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul–, além doDistrito Federal, na abertura da 4ª Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central. O evento, que começou ontem, termina hoje, no Centro de Cultura da Universidade Federal de Goiás (UFG).
De acordo com a senadora, faltam investimentos federais na malha rodoviária do Centro-Oeste, que está quase toda comprometida. Fator que, junto aos altos juros, compromete a competividade do produto goiano e demais Estados. Para resolver o primeiro problema, ela defendeu a implantação do transporte aquaviário, que, além de mais barato, tornaria o escoamento mais rápido. “É preciso usar os rios, não só para a produção de energia elétrica, mas de forma múltipla e de modo a abranger também o escoamento da produção”, explicou.
Ainda segundo a senadora, é necessário que os Estados se unam para requerer, junto ao governo federal, mais investimentos na região e também por juros subsidiados e seguro aos produtores. “Apenas 10% da produção do Centro-Oeste é financiada por juros de 6,5% e permitidos por empréstimos, junto ao governo. A outra parte é possível por meio de juros bem acima disso e permitidos por trades”, avaliou. O seguro aos produtores, também conforme Kátia, seria garantia de menos endividamentos no campo.
Intervenções
O governador Marconi Perillo endossou as palavras da parlamentar, garantindo que está aberto a intervenções em todos os níveis, para melhorar ainda mais a agricultura em Goiás e do Centro-Oeste. Para tanto, aguarda mapeamento a ser realizado pela CNA e entregue, em breve, ao Estado. Enquanto isso, ressaltou que já tem destinado parte dos recursos do Estado para a melhoria do setor, por meio do Fundo de Transportes – programa criado para reestruturar as rodovias
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O presidente da Faeg disse que a união dos Estados é “importantíssima” e torna as exigências ainda mais fortes. “Como as necessidades são as mesmas, nada mais justo unirmos forças para solicitar soluções junto ao governo federal. A exemplo do que já acontece na Região Nordeste e que, quase sempre, tem suas solicitações atendidas”, disse Scheirener. Ele destacou ainda que a bienal, por meio de pesquisas e palestras, servirá para se ter ideia de como a agricultura na região se comportará nos próximos cinco anos.
Fonte: Jornal O Hoje