Amarela como o ouro

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E vale muito também: 85% da safra goiana recorde de 8,2 milhões de toneladas foi vendida para os chineses; demanda mundial aquecida pela commodity deixa produtores otimistas
Safra goiana de soja passou dos 8 milhões de toneladas, com aumento de produtividade: Sudoeste é a região de maior produção em no Estado, que tem sojicultura altamente tecnificada

Cezar Santos

Ela tem cor de ouro e pode-se dizer que está valendo quase tanto quanto o nobre minério. É a soja, o grão que tem feito a alegria dos produtores brasileiros nos últimos anos, graças principalmente à crescente demanda dos países asiáticos, China e Índia principalmente. Em Goiás, não tem sido diferente.

A safra goiana 2010/2011 registrou recorde de produção, com 8,2 milhões de toneladas, 11% a mais que a colheita anterior. Essa safra recorde se deve principalmente ao aumento de produtividade, 9% a mais que na safra do ano passado.

Os produtores goianos estão satisfeitos, como não poderia deixar de ser. Mas para não perder o costume, não deixam de chorar um pouco (ver texto na página seguinte).

E quando se fala que a soja vale quase tanto quanto ouro, não é totalmente exagerado. Na semana passada, o bushel (medida americana que equivale a 27,2 quilos) estava cotado a US$ 13,58 — praticamente 50 centavos de dólar o quilo. Com a moeda americana cotada a R$ 1,5875, o quilo de soja está em quase 80 centavos de real. A preço de hoje, portanto, a saca de 60 quilos estaria por volta de R$ 47. É um preço muito, muito bom.

Até o final do mês passado, nada menos que 85% da produção goiana já tinha sido comercializada, tanto no que diz respeito às exportações quanto ao esmagamento interno. De janeiro a julho, 1,7 milhão de toneladas foram exportados na forma de grãos (in natura), 721 mil toneladas em forma de farelo e 8,3 mil toneladas em óleo. A maioria absoluta da nossa soja é exportada em grãos.

O agrônomo e estudioso de leguminosas Leonardo Machado, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), lembra que no ano passado, nesse mesmo período, as exportações foram de 1,6 milhão de toneladas. A maior exportação é reflexo da alta na produção e dos bons preços dessa commodity tanto no mercado interno quanto externo.

A produção goiana vem se beneficiando desse bom momento no mercado internacional, puxado principalmente pelas importações da China.

O mercado goiano, lembra Leonardo Machado, é tomador de preço. Se o preço da soja aumenta lá fora, automaticamente aumenta aqui também — mais acima, fizemos o cálculo de R$ 47 a saca, mas não podemos nos esquecer de que os contratos da soja já vendida foram fechados a preços menores.

Ranking

Goiá é o 4º maior produtor de soja do Brasil, atrás de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O agrônomo Leonardo Machado acredita que a evolução da nossa produção e produtividade deve fazer Goiás alcançar o Rio Grande do Sul nas duas próximas safras. “Em termos de produtividade, Goiás só perde para Roraima, que tem produção muito pequena (o que eleva a média) e para Bahia, também de produção muito baixa.” Entre os quatro primeiros, a produtividade goiana fica na 3ª posição, com 3,14 toneladas por hectare (ton/ha), atrás de Paraná (3,3 ton/ha) e Mato Grosso (3,19 ton/ha) e à frente dos gaúchos (2,84 ton/ha).

As perspectivas para a safra goiana da leguminosa cor de ouro são as melhores. O mapa de produção mostra que a soja é plantada primordialmente no Sudoeste, Sul, na região da Estrada de Ferro e no Entorno de Brasília. O Sudoeste, onde se concentra a maior produção, foi colonizado por produtores do Sul do País, principalmente gaúchos.

Produção já se diversifica no Estado

E as perspectivas são boas porque a soja começa a entrar nas regiões Nordeste e Norte. “Isso principalmente pela Ferrovia Norte-Sul, que vem cortando essa região, o que vai facilitar o transporte e a instalação de novos e mais produtores. E em segundo lugar, pelo projeto China, em que a capital daquele país vai financiar projetos dos produtores nessas regiões”, diz Leonardo Machado.

Tanto o governo chinês quanto importadores privados daquele país têm buscado nossas leguminosas. O motivo é óbvio: com mais de 1,3 bilhão de habitantes na China, haja alimento para aquele povaréu. Desde o início do ano, missões chinesas têm vindo ao Estado, tratando de projetos a serem implantados aqui e a soja ocupa boa parte das conversações.
Em abril, o secretário da Agricultura, Antônio Flávio de Lima, firmou protocolo de intenções com o secretário de Agricultura da Província de Hebei, na China, Zhao Guo Ling, prevendo a aplicação de investimentos da ordem de US$ 7 bilhões para Goiás e um incremento na produção de soja que poderá chegar a 6 milhões de toneladas/ano para exportação ao longo de um período de sete a dez anos. O acordo visa incrementar o abastecimento do mercado chinês em sua necessidade por alimentos. O governo goiano aproveita esse projeto para induzir o plantio da soja em áreas degradadas exatamente nas regiões Norte e Nordeste do Estado, por meio de uma produção sustentável apoiada em inovações tecnológicas para a produção de grãos.
O assessor técnico Leonardo Machado espera que os resultados concretos dessa investida surjam em duas ou três safras. “Sabemos que o projeto está evoluindo. Ainda depende de estudos e outros fatores.”
Mas o fato é que basicamente toda a produção goiana de soja, cerca de 90%, já vai para a China. Aliás, a grande maioria da produção brasileira desse grão vai para os chineses, com pouca coisa sobrando para a Europa e para o Oriente Médio. “A China é o pilar da sojicultura no mundo, porque o país necessita cada vez mais de matéria-prima. Eles têm buscado isso na América do Sul, principalmente Brasil e Argentina, e nos Estados Unidos, os três maiores exportadores mundiais de soja.”
E diferentemente do que se poderia pensar, não é só gaúcho que planta soja em Goiás. Evidentemente, a vinda de sojicultores para a região Sudoeste nas décadas de 70 e 80 concentrou gaúchos e paranaenses na região de Rio Verde, Jataí e adjacências. Mas a diversificação já é fato.
“Observa-se que há muitos produtores goianos também. Há uma diversificação tanto de áreas plantadas quanto de porte, porque além de grandes produtores, há também médios e pequenos produtores plantando soja em Goiás.
Há diversos níveis de tecnologia. Há produtores em Goiás que conseguem obter 3,6, 3,7 e até 4 toneladas de soja por hectare, bem acima da média. É a diversificação, o que é bom para a produção”, diz Leonardo Machado.
A sojicultora goiana usa alta tecnologia, bem próxima da top, que é a produção americana. O produtor goiano gosta de alta tecnologia e a utiliza, além de adubação de ponta, muito defensivo agrícola eficiente, maquinário moderno, genética da semente. “Nossa produção tem muita tecnologia”, confirma Leonardo.
Comercialização
É na bolsa de mercantil de Chicago (também conhecida como Chicago Board of Trade — CBOT, sigla em inglês) que são negociados os contratos futuros de pelo menos três das mais importantes commodities agrícolas no mercado mundial: milho, trigo soft (trigo de pior qualidade) e soja. A Bolsa de Chicago é a principal referência no mercado mundial de soja.
A partir do preço de Chicago são formados os preços regionais. Leonardo explica que em cima disso é calculado o prêmio de exportação (aquilo que o comerciante paga a mais no Brasil), gastos portuários e frete na formação do preço no mercado interno. Em todo o mundo, a sistemática para a formação de preço da soja é essa.
“Além disso, Chicago é a principal bolsa onde os trades (comerciantes) fazem sua proteção por meio do mercado futuro e de opções. Chicago regula e protege o mercado. Reflete a questão macroeconômica. O mercado, principalmente após a crise de 2008, se tornou alvo dos especuladores, o que é bom, mas perigoso, porque qualquer variação macroeconômica pode causar alta ou queda de preço”, analisa o assessor da Faeg.
Outra questão importante é o câmbio. Como a formação do preço da soja é em dólar, qualquer flutuação dessa moeda tem forte influência no preço. Nesta semana, quando o dólar caiu a R$ 1,53, dois dias depois voltou a R$ 1,55. Esse pico de 2 centavos elevou o preço da soja nas regiões produtoras, o que aqueceu as vendas, principalmente as vendas futuras, modalidade que os brasileiros gostam muito.
Essa questão do dólar baixo, por sinal, preocupa muito o produtor de soja. “O câmbio do dólar é o alicerce do nosso preço, já que o custo de frete e o prêmio de exportação são praticamente estáveis. Os produtores esperam medidas do governo para evitar grande volatilidade do dólar e até mesmo para favorecer as exportações de commodities, que seguram a balança comercial brasileira.”
E quais são os maiores problemas para a sojicultora goiana? Leonardo Machado responde. O primeiro é a logística. “Logística ruim tira rentabilidade do produtor. O preço da soja, como é commodity, é referenciado em todo o mundo. Mas é o produtor que paga o transporte até o porto, o que encarece o custo se a logística for inadequada.”
Ele exemplifica tendo Rio Verde como referência. O produtor gasta em torno de US$ 80 a US$ 85 por tonelada para colocar a soja no Porto de Paranaguá. Em comparação, o produtor americano gasta em torno de US$ 35 para pôr a soja no porto; o argentino gasta US$ 20. Então, 95% do preço da soja nos Estados Unidos vai para o produtor; no Brasil não chega a 80%.
Comparando com a região de Illinois, nos Estados Unidos, os produtores lá fazem o transporte da soja em 65% da distância — relativamente igual à de Rio Verde para Paranaguá — por via hidroviária, por isso muito mais em conta. “Nossa preocupação é o modal. Os governos federal e estadual têm de investir em hidrovia também, não só em ferrovia. A logística é um gargalo muito grave nessa questão.”
Outra questão que preocupa muito é o crédito. Leonardo Machado lembra que apenas em torno de 25% da produção é feita com crédito rural no Brasil. O produtor acaba buscando outras fontes de crédito, com juros muito altos, o que diminui a renda.
Seguro rural ineficiente é outro gargalo. O produtor rural geralmente não tem um seguro para proteger sua lavoura. É pouco utilizado, porque o produtor paga e não vê retorno quando necessita. Guardar a produção é outro fator problemático no Brasil, e em Goiás não é diferente. O armazenamento também é um dos gargalos. Praticamente toda a rede está nas mãos de trades, empresas privadas, o que afeta a comercialização do produtor. O governo deveria estimular, financiar a construção de silos nas fazendas. “Há fontes de crédito para isso, mas a burocracia é muito grande, desestimulando o produtor a utilizá-las”, reclama o assessor da Faeg.



“Perspectiva é boa, mas pode mudar a qualquer hora”

Wagner Guimarães, produtor na região de Rio Verde

A perspectiva é boa, embora possa mudar a qualquer momento. Não podemos esquecer que estamos no Brasil, hoje está de um jeito amanhã está de outro. Não estou acompanhando diretamente as atividades, meu filho é quem está mais à frente, agora que terminamos a colheita.

Tenho ouvido dizer que já fecharam contratos a R$ 43 a saca. Parece que diminuiu a área plantada nos Estados Unidos, por questão climática e pela preferência pelo milho em algumas regiões, já que o etanol lá é feito do milho.

Colhi 46 mil sacas, em 180 alqueires plantados. Esperava mais, mas a chuva no final do ciclo me prejudicou bastante. A queda foi talvez de mais de 15% na minha safra. Uma parte da perda foi soja que caiu no chão, só dá para imaginar o volume perdido, não dá para precisar. Devo ter perdido em torno de 8 mil sacas.

Não pretendo aumentar a área plantada. Cheguei a pensar em arrendar terra para plantar mais, mas desisti. Com a entrada da cana, a terra está ficando muito cara. Com meu filho, espero viabilizar um projeto de aumentar a área plantada em nossa propriedade fazendo irrigação. Vamos ver se conseguimos montar mais pivôs, para começar. Assim, aproveitamos mais a terra e diminuímos custo, sem precisar arrendar área longe nem dividir maquinário, além de estarmos beneficiando o que é nosso.

“Não podemos exagerar no aumento da área plantada”

Luiz Humberto de Oliveira Guimarães, presidente da Empresa de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária de Goiás (Emater) e da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura-SGPA (licenciado)

Tenho otimismo, mas acho que o momento é de cautela também. A questão da dívida dos Estados Unidos, em que a oposição jogou muito duro com o presidente Barack Obama, deixou o mundo apreensivo. Um calote americano afetaria o mundo inteiro, afinal o dólar regula as commodities. Temos que olhar os reflexos disso.

Outro fator é que temos de acompanhar a safra americana, já que eles são os maiores produtores mundiais de soja.
O dólar caiu, mas o preço dos insumos não. Então, devemos ter cautela, mas não a ponto de recuar nos projetos para a próxima safra. Não podemos exagerar no aumento da área plantada. Planto soja na região de Goiatuba e Joviânia e colhi 300 mil sacas de soja nesta safra, em 5 mil hectares de área plantada. Não vou aumentar a área para o ano que vem.

“Momento é muito bom, mas não excelente”

Victor Priori, empresário na região de Jataí, responsável pela produção de 1% da safra goiana de grãos

O momento é muito bom para a soja brasileira, não resta dúvida. Mas eu não diria que é excelente. Nesta semana o preço estava em R$ 43 ou R$ 44 reais a saca, o que é um valor bom.

O consumo mundial é crescente, principalmente da China, o que garante a exportação da nossa produção. Mas é uma pena que o dólar esteja tão baixo, isso evidentemente prejudica as exportações.

Nosso grupo colheu 830 mil sacas de soja nesta safra, em 14 mil hectares plantados. Não vamos aumentar a área para o ano que vem, pelo menos não estamos pensando nisso por agora.

“Perspectivas são muito favoráveis à soja”

Antônio Flávio de Lima, secretário de Agricultura e produtor de gado de corte

A soja e demais commodities tiveram consistência no aumento dos preços no último ano. Isso em função do crescimento do mercado mundial, que passou a consumir mais, especialmente com a entrada de grandes populações que aumentaram sua renda e aí entram, especialmente, a China e a Índia, que colocaram pressão nesse processo.

O mercado mundial de soja tende a se manter firme nos próximos anos, mas é evidente que se houver uma crise mundial essa consistência poderá ser abalada.

Mas é fato que o aumento das aquisições de soja e derivados por parte da China tem sido vertiginoso nos últimos anos.
O panorama é otimista para Goiás. Primeiro porque a soja é propulsora de desenvolvimento, uma cultura que o produtor pode plantar porque o mercado mundial é comprador. Então, nos últimos anos, tem dado retorno expressivo ao produtor, embora tenha tido alguns momentos de crise, o que é normal em todos os setores.

Outro fator animador é que regiões onde não se tem o hábito de plantar soja, se mostram muito propícias para essa cultura. É o caso das regiões Norte e em algumas áreas do Nordeste, onde há projetos em estudo. O governo do Estado está se mexendo em relação a isso.

Estive com o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, três vezes e estamos em entendimento para a instalação de algumas unidades demonstrativas no Nordeste. Isso vai validar algumas variedades para produção e servirá de exemplo para os produtores, que vão ver na prática que a cultura da soja é possível e rentável no local. Eles vão ver in loco, não por ouvir dizer.

Mas temos de ser realistas, não se transforma uma região em curtíssimo espaço de tempo. Gradativamente o produtor vai aprender a desenvolver essa cultura. É preciso que a infraestrutura acompanhe as necessidades dessa nova cultura. Não adianta implantar a cultura e não ter armazéns, estradas.

Então, as perspectivas são muito favoráveis. Temos recebido visitas de missões chinesas em Goiás. Há cerca de dez dias recebemos uma, que nos acompanhou no Sudeste, na Estrada de Ferro, no Centro do Estado, em Palmeiras. Eles viram alguns projetos de soja e de outras atividades. Estiveram na região Norte e no Vale do Araguaia também.
Esses grupos que nos visitam não vêm para passear, e sim para identificar oportunidades de compra desses produtos e para verificar a possibilidade de aporte de investimento para custeio dos nossos produtores.

A China tem muita necessidade de comprar e quem pode atender essa demanda no futuro é o Brasil. E Goiás tem condições muito boas para produzir o que eles precisam, principalmente com a parte de logística avançando, como a Ferrovia Norte-Sul, tornando mais fácil o escoamento da produção para os portos.

Há alguns meses foi anunciado investimento da ordem de R$ 7 bilhões em Goiás por um grupo privado, importador de soja do Brasil. Esse grupo compra por intermédio das trades e quer passar a comprar de forma direta com os produtores. Nós identificamos que essa negociação pode ser feita por meio de cooperativas. Desde nossa ida à China, estamos negociando com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Formamos um grupo de trabalho que está estudando as propostas dos chineses, inclusive as alternativas para a viabilização dessa negociação direta com eles. É um processo que demanda maturação, tem de ser construído. É diferente do que estamos acostumados, porque hoje o produtor entrega sua produção para uma trade, que a vende no mercado internacional. É um processo novo, que não excluirá as trades, pois elas vão continuar atuando. Os próprios chineses vão continuar comprando de trades, naturalmente, mas querem ser um dos players nesse mercado, similar às trades.

O processo está caminhando e vamos recebê-los novamente aqui em Goiás. Começamos a trabalhar nos itens que eles consideram importante e já há um amadurecimento. Devemos submeter isso brevemente à análise de representantes desse grupo. As pessoas têm de ter paciência, mesmo porque os orientais são cautelosos nesses processos, eles não têm pressa, um ano ou dez anos para eles não é nada. Eles já estão andando aqui porque estão pensando em coisas para muito à frente. Eles vão precisar de alimentos mesmo, com certeza.

Sobre agregar valor à soja, é preciso entender que venda in natura também movimenta toda a cadeia produtiva, antes e após a produção. São comercializados insumos, maquinários, setor de serviços, transporte, enfim, vários segmentos são beneficiados de forma direta e pesadamente, quando se aumenta a produção, mesmo que ela seja comercializada in natura.

É importante lembrar também que a indústria só se fixa onde se tem uma produção estabelecida de forma perene. É outro processo de paciência. Na medida em que tivermos o campo de produção, a indústria virá. O governo estadual tem bons incentivos, que poderão atrair as indústrias e começar a agregar mais valor à soja.

Fonte: Jornal Opção