Estado fecha acordo que prevê R$ 1,1 bilhão
O Estado de Goiás e a Companhia Celg de Participações (CelgPar) aprovaram acordo de aporte financeiro com o Banco de Investimentos Credit Suisse. O comunicado ao mercado foi divulgado ontem e prevê investimento de até R$ 1,1 bilhão para a reestruturação econômico-financeira da companhia. De acordo com o presidente da Celg, José Eliton, o acordo abre novas perspectivas para a empresa. “Esse acordo propicia o equilíbrio da empresa e possibilita a adimplência com o setor elétrico, passando pelo reperfilamento da dívida financeira”, destaca.
Os termos do acordo foram assinados durante almoço realizado no Palácio das Esmeraldas. Participaram o governador Marconi Perillo, o vice-governador e presidente da Celg, José Eliton, e o presidente no Brasil do Credit Suisse, José Olympio da Veiga Pereira. Logo após o encontro, foi divulgado um “Comunicado Conjunto ao Mercado’, informando da decisão. O documento foi assinado por Marconi, José Eliton e o vice-presidente de Relações com Investidores (Celg), Lincoln Xavier de Brito.
“A reestruturação da CelgPar contemplará ações a serem lideradas pelo Credit Suisse visando o reperfilamento dos passivos da Celg Distribuição (Celg-D) e a alienação de parcela acionária minoritária da CelgPar. No âmbito desse processo, o controlador da CelgPar (Estado de Goiás) irá adimplir suas obrigações com a empresa, além de promover um aumento de capital da CelgPar", informa trecho do documento.
Tarifa
Inicialmente, o recurso disponibilizado pelo banco suíço chega a R$ 400 milhões. Esse valor seria utilizado para abatimento da dívida setorial e possibilitaria um novo e importante passo, já que possibilitaria o reajuste da tarifa de energia em 11,2% e a conseqüente capitalização da companhia. Por ter dívidas com o setor elétrico, a correção de tarifa não ocorre há mais de quatro anos, atendendo a determinações da política adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além do empréstimo de R$ 400 milhões para quitação das dívidas junto ao setor de energia, o banco disponibilizaria um segundo empréstimo, de R$ 700 milhões, para pagamento das dívidas com os bancos. De acordo com a proposta apresentada, a instituição financeira vai participar das três etapas de recuperação da Celg: reestruturação financeira, governança e negociação das ações no mercado. Após o equilíbrio das finanças, o Banco Credit Suisse poderá colocar no mercado até 49% das ações da empresa.
“A remuneração do investidor será conforme a taxa de sucesso. Mas ao contrário de outros contratos feitos anteriormente, o percentual de êxito tem um limitador”, ressaltou José Eliton, que esclareceu também que o banco não terá participação direta na gestão da empresa. Mas poderá apresentar um plano de governança para auxiliar os gestores no caminho da recuperação.
“O Banco atuará como estruturador da operação de reequilíbrio financeiro da Celg. Mas claro que apresentará um plano, calçado em critérios de gestão da iniciativa privada como forma de auxiliar a Celg a trilhar o caminho do futuro”, informou José Eliton.
Fonte: Jornal O Hoje