Aeroporto é segundo pior do país

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Com obras pa­ra­li­sa­das há três anos e ta­xa de ocu­pa­ção qua­se qua­tro ve­zes aci­ma de sua ca­pa­ci­da­de, o aeroporto San­ta Ge­no­ve­va, em Go­i­â­nia, es­tá en­tre os 14 con­si­de­ra­dos em si­tu­a­ção crí­ti­ca no País. A aná­li­se foi di­vul­ga­da on­tem em no­ta téc­ni­ca do Ins­ti­tu­to de Pes­qui­sa Eco­nô­mi­ca Apli­ca­da (Ipea), fei­ta com ba­se em da­dos do bi­ê­nio 2009/2010. Se­gun­do o do­cu­men­to, o ae­ro­por­to da ca­pi­tal tem ca­pa­ci­da­de pa­ra re­ce­ber 600 mil usu­á­rios, mas, no ano pas­sa­do, o es­ta­be­le­ci­men­to re­ce­beu 2.349 mi­lhões de pes­so­as, atin­gin­do ta­xa de ocu­pa­ção de 391,50% aci­ma da ca­pa­ci­da­de – a se­gun­da mai­or dos 20 ae­ro­por­tos ana­li­sa­dos, atrás ape­nas de Vi­tó­ria (ES).

O es­tu­do mos­tra que o li­mi­te de efi­ci­ên­cia ope­ra­ci­o­nal de um ae­ro­por­to é uma ta­xa de ocu­pa­ção de 80% in­fe­ri­or ao li­mi­te do lo­cal. Pa­ra que a si­tu­a­ção em Go­i­â­nia fos­se con­si­de­ra­da ade­qua­da, por exem­plo, se­ria ne­ces­sá­rio que o re­gis­tro de pas­sa­gei­ros no lo­cal não ul­tra­pas­se os 480 mil anua­is. Ape­nas três ae­ro­por­tos, o Ga­le­ão (RJ), o de Sal­va­dor (BA) e o de Re­ci­fe (PE), man­ti­ve­ram o per­cen­tu­al de efi­ci­ên­cia na­que­le bi­ê­nio, com 67,94%, 71,81% e 74,16%, res­pec­ti­va­men­te.

Pa­ra re­sol­ver a si­tu­a­ção, a Em­pre­sa Bra­si­lei­ra de In­fra­es­tru­tu­ra Ae­ro­por­tu­á­ria (In­fra­e­ro) anun­ciou no iní­cio des­ta se­ma­na que a obra de cons­tru­ção do no­vo ter­mi­nal do San­ta Ge­no­ve­va de­ve ser re­to­ma­da em bre­ve. O pre­si­den­te do ór­gão, Gus­ta­vo Ma­tos do Va­le, afir­mou que a pre­vi­são é a de que, já na pró­xi­ma se­gun­da-fei­ra, a cons­tru­ção do Mó­du­lo Ope­ra­ci­o­nal Pro­vi­só­rio (MOP) – uma am­pli­a­ção que ser­ve de me­di­da pa­li­a­ti­va até a cons­tru­ção do no­vo ter­mi­nal de em­bar­que – se­rá re­to­ma­da.
A obra do MOP, que já foi adi­a­da cin­co ve­zes, de­ve am­pli­ar a ca­pa­ci­da­de do lo­cal pa­ra 1 mi­lhão de usu­á­rios anua­is. O or­ça­men­to da am­pli­a­ção se­rá de R$ 2,4 mi­lhões e tem pre­vi­são de en­tre­ga em 160 di­as. A re­por­ta­gem en­trou em con­ta­to com a In­fra­e­ro pa­ra con­fir­mar o iní­cio da obra, mas, até o fi­nal da ma­nhã, o ór­gão não ha­via en­ca­mi­nha­do res­pos­ta.

A no­ta téc­ni­ca do Ipea faz bre­ve re­la­to da si­tu­a­ção de Go­i­â­nia, des­de 2006, quan­do o Tri­bu­nal de Con­tas da Uni­ão (TCU) re­a­li­zou au­di­to­ria na obra. Na oca­si­ão, en­con­trou pro­je­to bá­si­co de­fi­cien­te, so­bre­pre­ço de mais de R$ 73,5 mi­lhões e ine­xis­tên­cia de pro­je­tos de en­ge­nha­ria atu­a­li­za­dos. A no­ta in­for­ma que a pa­ra­li­sa­ção das re­for­mas foi por ini­ci­a­ti­va do con­sór­cio res­pon­sá­vel, de­pois de re­ten­ções cau­te­la­res apli­ca­das pe­la In­fra­e­ro.

ACOR­DO
A aná­li­se do Ipea mos­tra que fo­ram fei­tas ten­ta­ti­vas de pac­tu­a­ção con­tra­tu­al com ba­se em pre­ços apre­sen­ta­dos pe­lo TCU, mas o con­sór­cio não en­trou em acor­do e acio­nou a In­fra­e­ro ju­di­cial­men­te. Em 2010, o con­tra­to foi sus­pen­so. Se­gun­do in­for­ma­ções do TCU, os re­cur­sos pre­vis­tos não fo­ram trans­fe­ri­dos aos em­pre­en­di­men­tos, uma vez que não exis­ti­am con­tra­tos em exe­cu­ção, ine­xis­tin­do pa­ga­men­tos ou exe­cu­ção fí­si­ca em 2009 e 2010.

Atu­al­men­te, se­gun­do in­for­ma o do­cu­men­to do IPEA, o pro­ces­so de res­ci­são ju­di­cial es­tá na fa­se de re­a­li­za­ção de pe­rí­cia, que de­fi­ni­rá o que é ou não de­vi­do ao con­sór­cio exe­cu­tor das obras. “Mes­mo com a pe­rí­cia téc­ni­ca pron­ta, as par­tes ain­da po­dem di­ver­gir quan­to aos va­lo­res, e o pro­ces­so po­de le­var ain­da mais tem­po pa­ra ser con­cluí­do. A lon­ga pa­ra­li­sa­ção de al­gu­mas obras po­de­rá re­que­rer de­mo­li­ções.”

Fonte: Jornal o Hoje

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Anônimo
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15 de abril de 2011 às 16:53 delete

E vamos continuar preteridos, pois a prioridade é somente das sedes da Copa, e mesmo assim as sedes não terão seus Aeroportos prontos. Enquanto a China constroi mega-aeroportos em 2 anos, o Brasil constroi um puxadinho em 6 anos. Por que será?

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Unknown
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15 de abril de 2011 às 19:00 delete

Prioridade é COPA??? Vamos longe não, por que obras em hospitais públicos e entre outros estão
paradas segundo dizem, por falta de verba e obras
como o HANGAR DO GOVERNO contínua a crescer. PRIMEIRA obra que vejo nesse estado a não parar e o pessoal trabalhar firme nisso...

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