Praça sustentável chega a Goiânia

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Fruto de parceria público-privada, primeiro empreendimento do tipo em Goiânia terá o nome de Attílio Corrêa Lima.

Rua 27 com a T-50, no Setor Marista. Esse é o endereço da primeira praça 100% sustentável de Goiânia, que deve ficar pronta até o final de dezembro. No local, já existe uma praça gramada. Mas ela está sendo totalmente reconstruída para se adequar aos critérios de sustentabilidade. O projeto dá prioridade ainda à acessibilidade, seguindo a tendência da calçada inaugurada no corredor universitário, ideia da mesma construtora que está viabilizando a praça, que vai se chamar Atílio Correa Lima, em homenagem ao arquiteto fundador de Goiânia.

Diretor presidente da Construtora e Incorporadora Consciente, idealizadora do projeto, Ilézio Inácio Ferreira, ressalta que a calçada da avenida universitária já está mostrando resultados muito positivos, principalmente por trazer a tona discussões sobre acessibilidade, meio ambiente, permeabilidade e drenagem urbana em Goiânia. A Prefeitura de Goiânia inclusive vai adotar esse conceito nas próximas vias a serem revitalizadas na Capital – 142 quilômetros. Segundo Ilézio, foi vendo esses resultados que surgiu a ideia da praça. “Esperamos que a prefeitura se espelhe e adote esse modelo em outras praças. Queremos que essa seja só a primeira”, completa.

Apesar de construída por uma empresa privada, a guarda e a manutenção da praça - que tem área total de 1.400m² - serão feitas pela prefeitura. O Secretário de Planejamento de Goiânia, Livio Luciano Carneiro de Queiroz, ressalta que a parceria tem tudo para dar certo e que esse tipo de acordo é uma forma muito interessante de requalificar os espaços urbanos da Capital. “Que outras empresas sigam esse exemplo. Assim a prefeitura economiza e toda a população sai ganhando”, afirma.

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Em praticamente todas as praças da Capital, predominam extensas áreas de gramado e as pessoas devem caminhar apenas por trieiros. Ilézio explica que a grama não é permeável como se imagina e consome muita água nos períodos de seca, por isso, não é ideal para um espaço sustentável. Na nova praça, a grama será substituída por piso drenante. “Assim a praça vai precisar de menos água e as pessoas vão poder caminhar por praticamente todo o espaço”, destaca. Esse tipo de piso poroso permite a passagem rápida de até 90% da água, evitando a formação de enxurradas e alagamentos. Assim, evita também o entupimento de bueiros e a contaminação de mananciais.

Um dos pontos marcantes do projeto é reciclar e reaproveitar tudo o que for possível. Parte da água absorvida pelo piso drenante, por exemplo, será depositada em caixas de retenção abaixo da superfície e poderá ser reaproveitada para a irrigação. “É uma ideia simples, mas inovadora e totalmente sustentável”, comenta Ilézio. Garrafas pet e pneus vão se transformar em uma horta vertical, vasos para plantas e bancos. Além disso, a nova praça terá um estacionamento arborizado com espécies nativas do cerrado - Cássia Rosa, Ipê Rosa e Ipê Branco -, um espelho d’água e um bosque com árvores ornamentais e frutíferas como pitanga, jabuticaba e acerola.

Jardim sensorial vai garantir acessibilidade completa

Uma das maiores novidades da nova praça é um jardim sensorial, pensado para garantir a acessibilidade e a inclusão das pessoas com alguma deficiência física, especialmente a visual. A ideia é que no jardim os cinco sentidos sejam estimulados. Pelo tato o visitante poderá ter contato direto com os elementos naturais e perceber se a sua temperatura é quente ou fria, se há rugosidade, lisura, aspereza, maciez ou dureza. O paladar será estimulado com temperos e especiarias - como hortelã, alecrim, orégano, tomilho, cebolinha, salsa, lavanda e pimenta.

O barulho das águas, das folhas, o sacudir dos ramos ao vento, o ruído do caminhar sobre os pedriscos ou pelo canto dos pássaros vão estimular a audição, enquanto o cheiro das flores, folhas, cascas, ramos e terra molhada, o olfato. Para completar, as rampas serão mais largas, as placas de identificação serão em Braille e o local terá rampas de acesso e nenhum desnível, garantindo a mobilidade de quem tem algum problema de locomoção.

Fonte: Jornal O Hoje