PIB de Goiás registra alta de 8,8% em 2010

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Instituto Mauro Borges aponta que as riquezas geradas no Estado cresceram acima da média nacional, apurada há dois anos.

O Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás – que é a soma de todas as riquezas geradas – registrou o maior crescimento (8,8%) em 2010, desde o ano de 1995. O montante de R$ 97,576 bilhões naquele ano teve um incremento de R$ 11,961 bilhões sobre 2009. O resultado consolidado, que consta com informações repassadas ao longo dos últimos anos por vários setores econômicos do Estado, foi divulgado ontem pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). De acordo com o IMB, em 2010, o PIB goiano cresceu acima da média nacional apurada naquele período, que foi de 7,5%. Em 2009, a taxa foi de 0,93%.

Os números da economia são fruto da parceria celebrada entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os órgãos de estatística de todas as unidades da Federação, o que garante a adoção de uma metodologia uniforme. Goiás ficou no grupo dos 17 Estados que apresentaram taxa de aumento do PIB acima da média do País, em 2010. A maior taxa foi registrada no Tocantins, de 14,2%. No Centro-Oeste, apenas Goiás (8,8%) e Mato Grosso do Sul (11%) cresceram acima da média do Brasil. O Estado mantém a nona posição entre as maiores economias brasileiras, com participação de 2,6% no total do PIB nacional.

Durante a divulgação do PIB, realizada ontem na sede da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), o secretário do Planejamento e Desenvolvimento, Giuseppe Vecci, disse que o indicador de geração de riqueza de Goiás é positivo, pois está acima da média nacional, mas defendeu que o Estado precisa continuar buscando se inserir de uma forma mais qualitativa na economia brasileira. “Quanto maior o crescimento interno da economia, mais Goiás é beneficiado”, destacou. Vecci disse que, para poder galgar posições no ranking nacional do PIB, o Estado precisa resolver alguns gargalos, sendo o principal deles o da infraestrutura, que exige mais investimentos em transportes, energia, telecomunicação, dutos, tecnologia e inovação.

Setores

Segundo a chefe de Gabinete de Gestão do IMB/Segplan, Lillian Maria Prado, a atividade econômica que mais contribuiu para o PIB goiano de 2010 foi a indústria, que apresentou expansão de 13,7%, puxada pela indústria de transformação (13,2%) e construção civil (14,0%). Os bons resultados da indústria foram influenciados pelo desempenho robusto da demanda interna e pela baixa taxa de comparação, já que em 2009 o setor havia registrado recuo de 2,7%. Para o presidente da Fieg, Pedro Oliveira, é importante manter a ação dos goianos (governo e iniciativa privada) em defesa da manutenção da política dos incentivos fiscais tornou o Estado de produtor primário para forte no agronegócio, com destaque para a indústria de alimentos.

O setor de prestação de serviços cresceu 6,4%, com destaque para a intermediação financeira, seguros e previdência (11,7%) e comércio (12,2%). A agropecuária registrou o menor índice de crescimento entre os grandes setores pesquisados, devido aos baixos preços das commodities agrícolas no período. A taxa foi de 5,4%. Em 2010 a produção goiana de grãos teve aumento de 2,2% em relação ao ano anterior. O cultivo de feijão cresceu 10,3%, seguido da cana de açúcar (9,9%) e soja (6,5%). Houve contração na produção de algodão (-20,6%), sorgo (-19,3%) e milho (-5,8%). Na pecuária, o rebanho bovino foi o destaque, com incremento de 2,3% e total de 21,35 milhões de cabeças. O rebanho suíno cresceu 6,1% no período.

Riqueza per capita superior a R$ 16,2 mil

O PIB per capita de Goiás, que corresponde ao PIB do Estado dividido pela população residente, atingiu em 2010 o valor de R$ 16.251,70 contra R$ 14.446,68 em 2009, o que significou acréscimo de R$ 1.805,02 de um ano para o outro, aponta o IMB/Segplan. Foi o maior crescimento do PIB per capita goiano verificado desde 2002, em termos quantitativos. Mesmo assim, permanece abaixo do PIB per capita brasileiro, que no período pesquisado foi de R$ 19.766,33.

Em 2010, o PIB per capita de Goiás apresentou taxa de crescimento de 7,4%, enquanto a média nacional foi de 8,0%. Embora tenha registrado um ganho significativo no período em análise, o PIB per capita goiano perdeu colocação no ranking nacional, saindo da 11ª posição em 2009 para a 12ª no ano seguinte. Isso ocorreu porque em 2010 o minério de ferro registrou preço recorde no mercado nacional, fortalecendo o crescimento da riqueza gerada por Estados produtores (Minas Gerais e Pará) e que industrializam o produto (Espírito Santo), fato que fez esses Estados ganharem posição no ranking nacional do PIB per capita.

Fonte: Jornal O Hoje