Governo investirá 150 milhões em segurança
Pacote com sete projetos chega à Assembleia Legislativa e deve ter apoio da oposição.
A Assembleia Legislativa recebeu ontem, durante visita do secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, o conjunto de sete projetos da Governadoria do Estado que prevê investimento de cerca de R$ 150 milhões para implantação de medidas que visam à recuperação dos espaços físicos das unidades e incremento de pessoal. Mesquita se reuniu por cerca de uma hora com os deputados e deve voltar à Casa na próxima segunda-feira, para discutir, em audiência pública, possíveis alterações nas matérias.
Consta do pacote o projeto que pretende aumentar o efetivo da Polícia Militar de 12.368 para 30.741 militares, até 2022. De acordo com o presidente da Assembleia, Jardel Sebba, é provável que as matérias sejam aprovadas, no máximo, até o início de dezembro. “Vamos fazer um esforço para isso. Acredito que teremos unanimidade na aprovação”, disse o tucano. Para Jardel, as brigas partidárias entre situação e oposição não devem interferir no trâmite do pacote. “Temos divergências partidárias, mas o que está em jogo aqui é de interesse da população”, opinou.
A visita oficial do secretário foi agendada logo depois que o ex-superintendente da Polícia Federal em Goiás tomou posse na pasta, em 29 de outubro. Para o líder do governo na Assembleia, deputado Hélio de Sousa (DEM), o contato com os parlamentares demonstra a disposição do secretário de manter uma relação mais próxima com o Legislativo. “Ele demonstrou receptividade também para nos atender quando necessário”, falou. Na gestão do secretário que antecedeu Mesquita, João Furtado Neto, os deputados se queixavam de ter pouca abertura para conversas.
A relação amistosa com os parlamentares deve acelerar a tramitação das propostas. “Certamente, não teremos dificuldade”, falou o democrata. Para Hélio, a audiência pública marcada para semana que vem deve esclarecer dúvidas ou mesmo originar pequenas adequações, mas não deve provocar qualquer tipo de polêmica ou atraso. Uma das propostas prevê a criação do serviço militar voluntário, que prevê a incorporação de remanescentes do Exército para trabalho temporário de reforço à Polícia Militar. “É reforço feito por gente qualificada”, falou Hélio.
Segundo o secretário Joaquim Mesquita, os projetos de lei seguem a determinação do governador Marconi Perillo em priorizar os investimentos na área, que enfrenta o crescimento nos índices de criminalidade. “A população sentirá os efeitos desses projetos o mais rápido possível”, acredita o secretário. As matérias foram lidas ainda ontem em plenário. Um dos projetos, o Pró-Segurança, institui o Programa Estadual de Custeio Direto dos Órgãos das Segurança Pública, descentralização que permitirá a efetuação de obras emergenciais e de manutenção, eliminando parte da burocracia.
Outro projeto apresentado ontem cria bonificações por desempenho em toda a estrutura da Secretaria, o que forçaria competição do ponto de vista da eficiência individual.
Oposição não deve criar dificuldades
Falando pela bancada de oposição da Assembleia Legislativa, o deputado Wagner Siqueira (PMDB) esclareceu que os projetos da Segurança Pública enviados ontem pela Governadoria não devem encontrar resistência para aprovação. “Somos a favor do melhor para Goiás e temos confiança e esperança de que este trabalho dê certo”, disse, lembrando que a grave crise de segurança enfrentada por Goiás exige mudanças. “Toda mudança é bem-vinda”, opinou.
Segundo o peemedebista, a indicação de um delegado da Polícia Federal para a pasta foi vista com certa desconfiança num primeiro momento, mas o estudo de casos parecidos no Brasil o fez mudar de postura. “Fiz estudo abrangente e vi que contratações semelhantes, de secretários com perfil técnico, já foram adotadas e deram certo em 18 estados brasileiros”, contou, parabenizando Mesquita pela condução das negociações com os policiais civis, que encerraram greve há uma semana.
Siqueira lembrou que 20 dos 41 parlamentares goianos tiveram seus carros furtados, além de um colega (Luis Carlos do Carmo – PMDB), que teve uma filha assassinada em 2012. “A maioria de nós vivemos em locais seguros e somos atingidos. Imagina o restante da população”, comparou. Para o deputado, o incremento na segurança em outros estados fará com que os bandidos procurem outros campos de atuação. “Por isso, é necessário investimento, para que Goiás reverta essa situação”, finalizou.
Fonte: Jornal O Hoje