Especialistas divergem quanto à utilidade do VLT em Goiânia; obras serão iniciadas em 2013
Na manhã desta sexta-feira (23) em entrevista à Rádio 730, o jornalista e um dos executores do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Marcos Vilas Boas e o professor e mestre em transportes do Instituto Federal Tecnológico, Marcos Tothen discutiram as vantagens e desvantagens do projeto.
Marcos Tothen disse que a denominação de VLT é uma estratégia de marketing para poder vender o projeto. “Ele é uma coisa fora da nossa realidade, muito caro, custa R$ 1,3 bilhão só para construir e ao contrário do ônibus que ele custa baratinho para operar, o VLT sempre vai custar muito”, explicou. De acordo com ele, para trazer uma empresa de fora para operar, a tarifa vai ter que passar pelo menos para R$4,00. “Se não for esse preço, o governo do estado que hoje põe uma quantia pequena na Metrobus vai ter que cobrir o valor, comprar os trens, fazer os trilhos e vai ter que gastar dinheiro à vida toda, além do que, não cabe no eixo Anhanguera”, ressaltou.
Um dos executores do projeto, Marcos Vilas Boas, defende que Goiânia precisa de uma intervenção, se não a cidade vai travar. “A solução encontrada por todas as cidades que já avançaram nesta área é fazer uma intervenção que privilegie o transporte em massa”, salientou. Segundo o jornalista, Goiânia tem um processo de reestruturação da área de transporte público que é a solução mais inteligente e plausível para resolver o problema da mobilidade das pessoas é que envolve além da construção do VLT no eixo Anhanguera, eixo leste-oeste, a construção de um BRT veloz no eixo norte-sul, que começa em Aparecida e vai parar no setor Noroeste.
Marcos Vilas Boas ressalta ainda que além desses eixos estruturantes, os governos estão prevendo a construção de vias exclusivas para ônibus. “Como exemplo, a minúscula experiência que foi feita na Avenida Universitária, está pronto o projeto para ser iniciado em janeiro, da via exclusiva para ônibus na T-7, na Avenida T-9, vamos ter programado na Avenida Castelo Branco, além de 32 avenidas e trechos que vai haver uma reestruturação da forma eu o veículo que trafega com muita gente vai ter prioridade para passar”, ressaltou.
O projeto do VLT vai contar com a consultoria de empresas especializadas da França, Inglaterra e Alemanha, todas referência em suas áreas de atuação. O novo modelo vai aumentar a velocidade comercial para 23,5 km/h; ampliar a capacidade de cada composição de 200 para 600 passageiros; reduzir de 53 para 35 os cruzamentos no percurso e terá headway operacional (tempo de espera do veículo) de três minutos.
Em relação ao orçamento da obra, a execução está orçada em R$1,3 bilhão e será custeada por recursos públicos federais (PAC mobilidade) e estaduais através de parcerias público privadas (PPPS). O setor privado terá concessão de 35 anos e que não haverá o aumento da tarifa (que será a mesma dos ônibus em circulação na capital).
Fonte: Portal 730