Helicópteros do Estado estão parados

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Vencidas há dois meses, apólices não foram renovadas. 70 ocorrências ficaram sem atendimento. SSPJ diz que solução está próxima.

Há dois meses, os helicópteros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás estão parados porque o contrato com a seguradora venceu e ainda não foi renovado. Com as aeronaves custando cerca de R$ 8 milhões cada uma, o seguro gira em torno de R$ 300 mil e será renovado com a Allianz, a mesma que segurava o helicóptero da Polícia Civil, que caiu em 8 de maio deste ano. O processo, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ) do Estado, está em fase final e aguarda apenas documentações da PM e dos Bombeiros para que a verba seja liberada pela Procuradoria-Geral de Goiás. Só então, os atendimentos voltarão a acontecer.

Os três helicópteros (Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiros) foram adquiridos pelo Estado em 2010 pelo valor conjunto de R$ 21 milhões. Hoje, segundo o tenente-coronel e piloto dos Bombeiros, Hofmann Gomes Rodrigues, custam, cada um, R$ 8 milhões. “Tivemos alguns impasses pelo valor do seguro atual, mas é preciso analisar que, se aumentam o número de acidentes com aeronaves, como foi o caso do Brasil, aumenta-se também o seguro. É o mesmo que o seguro do carro que sobe quando aumenta o índice de roubos. Se comparado a valor de um carro, em que o seguro custa aproximadamente 12% do valor do veículo, o do helicóptero custa menos que 4%”, afirma.

De acordo com o procurador-geral do Estado, Alexandre Tocantins, a negociação está em fase final e a documentação que ainda resta deve ser entregue amanhã (22/11) quando completam dois meses que os helicópteros estão parados. “A partir daí, nossa resposta jurídica é rápida e a volta dos serviços fica a cargo da SSPJ”.

Déficit em atendimentos
Com os helicópteros parados, à espera do seguro, cerca de 70 atendimentos ou fiscalizações deixaram de ser realizadas. Isto considerando Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Segundo o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), a PM participou de 127 ocorrências desde janeiro.

Com o Corpo de Bombeiros, foram 151 ocorrências, sendo todas, de casos considerados graves. Segundo o tenente-coronel Hofmann, em alguns dias, os Bombeiros chegavam a ser acionados até cinco vezes. “Os atendimentos são, geralmente de casos graves, as aeronaves funcionam com um suporte avançado e a população perde muito com esse problema”, lamenta.

“Um dos casos, por exemplo, foi de um bebê que ingeriu veneno de rato em Itumbiara. Em menos de uma hora, a criança já estava em Goiânia recebendo atendimento. Gastamos de helicóptero o mesmo tempo que gastamos para atender a uma ocorrência usando carro, na Capital. É essencial o uso dos helicópteros”, afirmou a assessoria do Corpo de Bombeiros.

Polícia Civil sem previsão de aeronave

Em oito de maio, o helicóptero da Polícia Civil caiu no município de Piranhas, interior do Estado e vitimou Jorge Moreira (titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas), Antônio Gonçalves Pereira dos Santos (superintendente da Polícia Judiciária), Osvalmir Carrasco Melati Júnior (chefe do Grupo Aeropolicial), Vinícius Batista da Silva (titular da Delegacia de Iporá (GO) e responsável pelo inquérito da chacina), Bruno Rosa Carneiro (chefe-adjunto do Grupo Aeropolicial) e dois peritos, os primos Fabiano de Paula Silva, lotado em Iporá (GO), e Marcel de Paula Oliveira, lotado em Quirinópolis (GO), e o suspeito de uma chacina na região Aparecido de Souza Alves.

As investigações ainda não foram concluídas, nem pela Polícia Civil, nem mesmo pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Desta forma, segundo a assessoria da Polícia Civil, a corporação deve permanecer sem helicóptero até que o inquérito seja concluído. Isto porque a seguradora só irá substituir o helicóptero depois que o caso for solucionado.

“Para a Polícia Civil, é uma perda grande porque a aeronave era usada diariamente para fiscalização de crimes ambientais, deslocamentos mais rápidos e operações no interior do Estado. Se conseguíamos enviar uma equipe em duas ou três horas, com carro demoramos mais que o dobro. Fiscalizações aéreas também na perdem suspeitos de ista e sã mais eficazes”, finalizou a assessoria.

Fonte: Jornal O Hoje