Obras do aeroporto retornam até março
Reunião na Infraero ontem decidiu que o Exército continuará responsável pelo projeto, que deverá ficar pronto em dezembro.
O projeto executivo de infraestrutura do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, será concluído pelo Exército até o dia 15 de dezembro. E a obra deverá ser reiniciada no primeiro trimestre do ano que vem. A decisão da continuidade da elaboração do projeto, que já teve data de finalização adiada duas vezes, foi tomada após reunião que aconteceu na tarde de ontem entre Infraero, Secretaria de Aviação Civil (SAC), Comando Geral e Departamento de Engenharia e Construção do Exército.
Apenas uma parte do projeto elaborado pelos técnicos do Exército foi entregue no final de setembro e passou por análise da Infraero. Os projetos executivos incluem detalhes técnicos e de orçamento dos serviços relativos ao pátio de estacionamento das aeronaves e aos acessos viários e estacionamentos de automóveis. No entanto, o retorno das obras do aeroporto depende de muito mais do que apenas o projeto executivo da obra.
O reinicio da construção só deve acontecer, segundo informou a assessoria de imprensa da Infraero, assim que os projetos atualizados do novo terminal de passageiros, a cargo do consórcio de empreiteiras, e do planejamento de infraestrutura de pista e pátio, a cargo do Exército, estiverem concluídos e os respectivos orçamentos apresentados ao Tribunal de Contas da União (TCU).
No entanto, a Infraero afirmou que todas as ações estão dentro do cronograma, que prevê a retomada da obra ainda no primeiro trimestre de 2013. Normalmente o prazo para análise dos projetos pelo TCU não é estabelecido. Após a liberação cogita-se que seria necessário um prazo de até 45 dias para remontagem do canteiro de obras.
Para a decisão de ontem, estiveram presentes na reunião o ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wagner Bittencourt, o comandante-geral do Exército, Genral Enzo Péri; o secretário executivo da SAC, Guilherme Ramalho; o presidente da Infraero, Gustavo Vale; o chefe do Departamento de Engenharia e Construção, General Joaquim Brandão; e o diretor de empreendimentos da Infraero, José Irenaldo Leite de Ataide.
Na terça-feira (13), o governador Marconi Perillo foi à sede da Infraero, em mais uma tentativa para resolver os problemas das obras do aeroporto de Goiânia. Na ocasião o presidente da Infraero, Gustavo Vale, informou ao governador que a reunião iria resultar em uma definição a respeito do projeto executivo. Naquela ocasião ainda se cogitava a possibilidade da Infraero reassumir a responsabilidade do projeto.
O governo estadual trabalha na perspectiva de que o projeto executivo seja liberado até dezembro e o início das obras ocorra no mais tardar em janeiro ou fevereiro. Para isso, Marconi fará nova visita ao Tribunal de Contas da União (TCU), na tentativa de acelerar o trâmite burocrático. De acordo com Marconi, a disposição da presidente Dilma Rousseff em ajudar no destravamento desse processo, como acertado com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, há duas semanas, vai contribuir para a aceleração dessa obra.
Integraram a comitiva do governador à Infraero os senadores Lúcia Vânia, Cyro Miranda e Wilder Morais, os deputados federais Jovair Arantes (PTB), João Campos, Carlos Alberto Leréia e Valdivino de Oliveira (PSDB), além do secretário estadual de Infraestrutura, Danilo de Freitas.
Impasses que emperraram as obras
As obras do novo Aeroporto Santa Genoveva começaram em 2005, mas foram paralisadas seis meses depois, por falta de repasses de recurso federais. No ano seguinte, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento nos preços cometidos. Em 2007, a situação se agravou ainda mais. As empreiteiras responsáveis pelo consórcio suspenderam as atividades de reforma. Um ano depois, a Infraero rescindiu os contratos.
Depois de uma longa espera: seis adiamentos, a Infraero construiu uma nova sala de embarque no Aeroporto Santa Genoveva, liberada para os usuários em outubro do ano passado. A nova ala oficialmente denominada Módulo Operacional Provisório (MOP), foi apelidada pelos goianienses de “puxadinho.”
Em dezembro de 2011, a Infraero, o governo de Goiás e os representantes do consórcio responsável pela obra assinaram um acordo para garantir a conclusão da reforma. Mas, em junho de 2012, uma vistoria do TCU constatou que o projeto original ficou ultrapassado. Por isso, a necessidade dos novos projetos que ainda devem passar por aprovação.
Fonte: Jornal O Hoje