Reajustes salariais têm ganhos reais no Estado

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100% das categorias em Goiás, com data-base no 1º semestre, tiveram ganhos acima da inflação,

Em Goiás, todas as categorias profissionais com data-base no primeiro semestre deste ano tiveram ganhos salariais acima da inflação (2,32%). O levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra reajustes superiores a 5% da inflação para 17% das categorias. O maior percentual de reajustes veio da indústria, com maior influência da construção e mobiliário, seguida pelo comércio. No País, 96,5% das categorias tiveram aumento real no primeiro semestre. O percentual supera o recorde de 2010, de 88,2%.

Em 2011, nenhuma das categorias reajustou salários dos trabalhadores goianos acima dos 5% e 76% dos reajustes ficaram apenas 2% acima da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumi­- dor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este ano, apenas 41,2% aumentos salariais não foram superiores a 2%. O restante, 41,2% apresentou ganhos entre 2% e 3% nas data-bases definidas no primeiro semestre.

Pelo segundo ano consecutivo todas as categorias tiveram ganhos reais acima do INPC. A média desses ganhos ficou entre 2,01% e 3%. A supervisora técnica do escritório do Dieese, em Goiás, Leila Brito, avalia que o resultado surpreende. “A expectativa após o primeiro semestre de 2011, com desaceleração da economia, era de negociações inferiores à inflação”, diz Brito.

No Centro-Oeste, Goiás se destaca com o maior volume de reajustes com concessões das 33 registradas na região. A indústria apresentou o maior percentual de reajustes, metade das unidades consultadas deu ganhos salariais, com maior influência oriunda do subsetor da construção e mobiliário (16,7%). Nesse setor, o mestre de obras José Carlos Neto, 47, que trabalha desde os 17 anos na construção civil, teve ganho salarial de 11% no primeiro semestre.

Considerando ganhos com a qualificação, ele diz que o salário teve alta de 25% desde o início do ano passado. “O profissional da construção civil está muito valorizado. É uma área muito boa, com salários até maiores que outras atividades de nível superior”, avalia o profissional. Com a melhora no salário ele já conse­- guiu quitar o financiamento do carro e já faz economias para eventualidades.

O administrador de obras da Loft Construtora, Gilberto Caldeira, conta que o mercado está aquecido e demanda cada vez mais mão de obra. “Para conseguir atender ao crescimento do setor temos de conceder melhoras salariais, além de investir constantemente em treinamento”, diz ele, completando que, em média, os reajustes nesse primeiro semestre ficaram em 13%. Na área os ganhos vão de R$ 800 a R$ 4,8 mil por mês.

Fonte: Jornal O Hoje