Mais de 1,3 mil focos de incêndio
Cerrado lidera ranking de biomas com maior número de queimadas no País.
O tempo seco não perdoa. Mesmo as chuvas atípicas, registradas no mês de julho, não foram o suficiente para diminuir os focos de incêndio no período de estiagem. Segundo mapeamento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado brasileiro lidera o ranking dos biomas com maior número de focos de incêndio no País. De janeiro a julho deste ano, foram identificados mais de 22 mil incêndios neste tipo de vegetação. Como Goiás é constituído por mais de 90% de cerrado a situação é grave no Estado. Já aconteceram 1.376 incêndios no território goiano, apenas 117 a menos do que em 2011.
Em Goiânia, por exemplo, a última chuva aconteceu no dia 17 de julho, enquanto no ano passado foi no dia 10 de junho. Ainda sem previsão para novas precipitações e com a falta de conscientização da população as queimadas devem avançar. De todas as unidades da federação, Goiás ocupa o 9º lugar entre as que mais sofrem com a destruição do fogo.
A ausência de chuva deve se estender até o final de outubro elevando os índices. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, de janeiro a junho a corporação havia atendido 361 registros. Durante todo ano passado, também nesse mesmo período foram contabilizados 3.603 queimadas, sendo 391 em junho. Já em julho foram 430 notificações. Ou seja, um aumento de 10%.
O subcoordenador geral da Operação Cerrado Vivo, capitão Weder Barbosa, do Corpo de Bombeiros, informou que a partir do mês de agosto as ocorrências de fogo em vegetação começam a crescer. “Com uma adição de 30% de um mês para outro”, alertou. Ele explicou que o Corpo de Bombeiro trabalha com orientação. “Focamos na prevenção, orientado os proprietários das fazendas, realizando aceiros e estabelecendo parceria com órgãos públicos.”
Destacou também que uma esmagadora maioria dos incêndios é provocada. “São tocos de cigarro atirados as margens da rodovia, pescadores que acendem fogueiras e na hora de apagar esquecem algumas brasas.” Além desses casos, há também quem provoca incêndios sem motivos aparentes.
O Corpo de Bombeiros informou que a corporação não trabalha apenas com o objetivo de diminuir índices. “Estamos preocupados também com a preservação do meio ambiente.” Barbosa também disse que a fumaça possui 70 substâncias nocivas a saúde da população. “As crianças são as mais prejudicadas nesse momento”, avalia.
Fonte: Jornal O Hoje