Inflação de Goiânia em julho é maior em 10 anos
Elevação é puxada pelos preços de alimentos e da habitação. Variação positiva é incomum para o mês, aponta pesquisa da Segplan.
A inflação em Goiânia teve alta de 0,78% no mês de julho. É a maior variação para o mês dos últimos dez anos, inferior apenas à encontrada em julho de 2002, quando o índice foi elevado em 1,80%. O índice mais que dobrou sobre o mês anterior e já soma 4,87% no acumulado do ano, acima dos 4,17% registrados nos sete primeiros meses do ano passado. Alimentação e habitação foram os responsáveis pela alta nos preços.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), mostra que o grupo alimentação teve alta de 1,16% e, embora menor que o reajuste dos itens do grupo habitação (1,74%) tem maior peso nos bolsos do consumidor goianiense. As principais pressões positivas vieram dos legumes e tubér- culos, principalmente por conta do tomate, em alta de 30% no mês. Houve alta ainda em outros 11 itens, dos 16 consultados e que compõem o grupo alimentação.
Todas essas altas estão atreladas a situações climáticas, conforme explica o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do Instituto Mauro Borges (IMB), Marcelo Eurico de Sousa. No caso do tomate, a produção goiana, embora suficiente para atender ao mercado interno, teve boa parte exportada para outros Estados, com quebra na safra esse ano.
O preço do produto, em baixa no início do ano, também desestimulou produtores a plantar o fruto, colaborando ainda mais com a alta. Para o professor Ginegleison Amorim, 36, o preço do tomate, no mês passado, já estava muito caro, R$ 3,50 em média. Ele decidiu reduzir o consumo e até ficou alguns dias se consumir.
Substituição
Ontem, enquanto fazia suas compras semanais, resolveu não levar o item novamente. “O quilo está R$ 5,29, não dá pra levar desse jeito”, diz ele. A saída é procurar por promoções e tentar substituir o tomate por outros itens. Além do tomate, a melancia, o óleo de soja, este exportado para o mercado internacional, o açúcar, o leite tipo C longa vida e a cerveja também ficaram mais caros no mês de julho.
A alta mensal é preocupante. Segundo a superintendente do IMB, Lilian Maria Silva Prado, o mês de julho é de baixa nos preços. Ela explica que a movimentação positiva começa em agosto e, por isso, é possível altas ainda maiores nos próximos meses.
Todas as carnes tiveram recuo nos preços, exceto a de frango, que ficou 5% mais cara função do aumento na demanda após queda no consumo de carne bovina que, apesar de manter certa estabilidade, atingiu seu limite nos meses anteriores. O feijão carioca e os ovos também ficaram mais baratos.
Fonte: Jornal O Hoje