Estudantes passam a noite na faculdade
Protesto na UFG deve durar até terça-feira e é para forçar o governo federal a reabrir as negociações salariais.
O estudante do mestrado em Sociologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) Hugo Leonardo Cassimiro, 29, e outros 14, passaram a noite acampados em frente à Faculdade de Direito, na Praça Universitária. A manifestação, que começou por volta do meio-dia de ontem e deve permanecer pelo menos até a próxima terça-feira, quer pressionar o governo federal a retomar as negociações com os professores que paralisaram suas atividades em todo o País há mais de três meses.
Segundo Hugo, a manifestação foi uma decisão do comando de greve dos alunos e está acontecendo simultaneamente em várias cidades do País. “Resolvemos que essa é a hora de fazermos algo com mais impacto. Chamamos esse movimento de ‘Chega de greve, negocia Dilma’”, disse. O estudante lembra que a ação também quer chamar a atenção para a bandeira dos alunos que, entre outras, reivindica recursos para assistência estudantil.
Favoráveis
Apesar de todos quererem a volta às aulas, o mestrando ressalta que os alunos do comando de greve são favoráveis à causa dos professores. “Não é só greve salarial. Eles estão lutando pelas suas carreiras e isso é justo”, afirma. Hugo também destaca que muitos dos alunos do acampamento querem seguir carreira acadêmica. “Então, eles estão lutando também pelas nossas carreiras,” observa.
A diretoria da Faculdade de Direito e a reitoria da UFG se mostraram pacíficas em relação à manifestação. Os alunos do acampamento afirmam que irão se revezar e permanecer no local pelos próximos dias.
A greve na UFG completou dois meses no dia 11 de agosto e ainda não tem previsão para acabar. Em reportagem publicada em O HOJE no último dia 18, o professor da Faculdade de Educação da UFG e membro do comando local de greve, Fernando Lacerda, afirmou que a Universidade não quer fechar um acordo sem que as reivindicações que levaram à greve sejam atendidas. “Ninguém mais quer continuar com a greve. Ela prejudica estudantes, prejudica a gente, prejudica nossas pesquisas”, disse. No entanto, o professor entende que é preciso haver um esforço maior por parte do governo para que haja o entendimento.
Fonte: Jornal O Hoje