Indústria goiana tem maior alta do semestre
Apesar da queda em julho de 5,2%, Goiás acumula maior elevação da atividade industrial do País, com 9,2%.
A indústria goiana registrou, em junho, a terceira queda mensal na produção com quatro dos cinco setores registrando resultados negativos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, a boa notícia é que o Estado, em relação às 13 demais regiões pesquisadas acumulou alta de 9,2% no primeiro semestre do ano; seguido pelo Paraná, com desempenho bem abaixo (3,6%), e por Santa Catarina (3,4%). No acumulado de 12 meses (até junho), Goiás ainda mantém a primeira colocação com 9,5%; seguido também pelo Paraná (8,0%); e por Pernambuco (3,2%).
Na comparação com os meses de junho de anos anteriores, setor industrial goiano recuou 5,2% em igual mês de 2012, interrompendo 13 meses de resultados positivos consecutivos nesse tipo de confronto. A queda mensal foi a maior entre as 14 regiões, mas não foi suficiente para reverter o quadro positivo no acumulado do ano.
Supervisor de estadual de pesquisas econômicas do IB-GE, Cristiano Coelho lembra que é importante salientar que a indústria vem de uma base forte em meses anteriores. Em fevereiro foi o da indústria química, que teve crescimento muito grande em relação a janeiro, em março foi a vez dos minerais não metálicos. Os alimentos e bebidas tiveram desempenho importante tam- bém no trimestre.
Economista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Wellington Vieira pontua que o resultado é um reflexo tardio da crise econômica mundial que demorou, mas já está estacionada sobre o Estado. Ele lembra que os indícios desses resultados negativos já vêm sendo demonstrados há alguns meses, com desaceleração no ritmo de contratações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e redução no índice de confiança do empresário industrial, medido pela Fieg.
Segundo Vieira, o resultado é ainda mais preocupante considerando que julho, agosto e setembro são meses de pico para a indústria goiana. “Vamos aguardar o resultado do mês de julho para ver se foi apenas um episódio isolado. Temos conversado com empresários e todos têm demonstrado preocupação. O negócio caiu muito nas vendas e na produção”, explica o economista.
Taxa positiva
Na variação de um mês sobre o outro, a única atividade industrial com variação positiva em junho foi a metalurgia básica (1,5%). A maior queda registrada entre os meses de maio e junho foi a das indústrias ex- trativas (-8,7%). Em seguida, aparecem também com quedas as atividades de alimentos e bebidas (-5,96%), minerais não metálicos (-5,27%) e química (-4,18%).
O total da indústria mostrou avanço no fechamento do segundo trimestre do ano (1,4%). Com relação ao mês de junho do ano passado quatro dos cinco ramos investigados tiveram queda na produção. As principais contribuições negativas foram observadas nos setores de produtos químicos (-10,0%) influenciados pela redução na fabricação de medicamentos e de alimentos e bebidas (-4,4%) por redução da fabricação de molhos de tomate e farinhas.
No índice acumulado nos seis primeiros meses de 2012, quatro dos cinco setores investigados apresentaram alta. O maior cresci- mento foi observado atividade de produtos químicos (37,8%). Na sequência aparecem os minerais não metálicos (10,5%), metalurgia básica (11,2%) e indústrias extrativas (0,5%).
Nesses ramos sobressaíram, respectivamente, a maior produção dos itens cimentos “Portland”, ferronióbio e pedras britadas. A única queda ficou com o setor de alimentos e bebidas (-3,2%).
Fonte: Jornal O Hoje