Novo plano contra a violência

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Cejane Pupulin e Vandré Abreu

A Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) não será mais exclusiva de Goiânia. A Ro­tam, o Choque e o Comando de Operações Especiais (COE) serão implantados em cidades do interior. Esta é uma das ações do Comitê de Planejamento de Segurança Pública de Goiás (Integraseg), divulgada ontem. O Mapa da Violência, também divulgado ontem pelo Instituto Sangari, mostra interiorização dos números de homicídios em Goiás. Entre 2000 e o ano passado, houve alta de 38,6% na taxa de assassinatos no interior ante 31,6% na Região Metropolitana de Goiânia.

Os dados vão ao encontro das medidas de interiorização da segurança pública e poderiam até justificá-las. No entanto, o mesmo estudo revela que, em Goiás, a violência se mantém concentrada na Região Metropolitana de Goiânia, Entorno do Distrito Federal e, nos últimos dez anos, na região sudoeste (especialmente em Rio Verde), pelo menos no que se refere aos homicídios. Entre as dez cidades com maiores taxas de assassinatos a cada 100 mil habitantes, nove são do Entorno do DF e a outra é justamente Goiânia.

Considerando o Mapa, a cidade mais violenta de Goiás é Águas Lindas, a 45 km de Brasília, com índice de 61,7 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida, mais oito cidades da mesma região, como Cristalina (59), Valparaíso (54,9) e Novo Gama (54,8). Goiânia tem a décima colocação, com base nos dados de 2010 e taxa de 41,5. Válido dizer que o ano passado é considerado período com baixo número de ocorrências. O número de homicídios dolosos chegou a 359. Neste ano, até a tarde de ontem, eram 462, o que gera taxa de 35,5 a cada 100 mil.

Dolosos
Cabe ressaltar que o estudo considera homicídios toda ocorrência que “tem como característica a presença de uma agressão intencional de terceiros, que utiliza qualquer meio para provocar danos, lesões ou a morte da vítima”. Os números de homicídios dolosos excetuam crimes de trânsito e latrocínio, por exemplo. Apesar disso, a Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ) anuncia o remanejamento de policiais ainda neste ano, já que a previsão do aumento do efetivo é apenas para o fim de 2012.

Outro dado relevante apresentado pelo Mapa da Violência é o crescimento da taxa de homicídios em Goiás em relação à estagnação do índice brasileiro. “Se em 1998 a taxa nacional era de 25,9 homicídios em 100 mil habitantes, a do Estado foi de 13,4 – quase a metade da nacional. Desde 1998 até 2010 a taxa do País permaneceu praticamente estagnada, enquanto a de Goiás mais que duplicou: cresceu 119,4%”, diz o relatório. Em 2010, a taxa brasileira é de 26,2, ante 29,4 de Goiás. Na Região Metropolitana de Goiânia o índice é de 33,3, enquanto que no interior, apesar da alta taxa no Entorno do DF, é de 18,1.

Fonte: Jornal o Hoje