Marconi quer Celg livre de ingerências

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Marina Dutra

Perto de anunciar o fim da novela da Celg, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse que recomendou ao governo federal a contratação de headhunters, ou seja, de “caçadores de talentos”, para ajudar na escolha de profissionais ilibados que irão integrar o novo corpo diretivo da companhia. Ao fechar a operação que envolve o empréstimo de R$ 3,527 bilhões e a transferência do controle acionário da estatal para o governo federal, Marconi anunciou o acordo tácito com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para que o comando da companhia não passe mais por qualquer ingerência política.

“Fiz um acordo tácito com o ministro Edison Lobão que é a contratação de headhunters para a realização de uma consultoria com vistas à escolha de técnicos e profissionais ilibados para o comando da empresa, afastando definitivamente qualquer ingerência política na nova Celg”, disse o tucano durante solenidade de transmissão do cargo de presidente para o diretor técnico da companhia, Humberto Eustáquio. O novo presidente substitui o vice-governador José Eliton Júnior (DEM).

Ainda não há uma data definida para a assinatura do protocolo, mas, de acordo com o novo presidente da estatal, o documento está praticamente concluído. “Mas nós temos a expectativa que ainda na semana que vem, até o dia 13, ele esteja concluído”.

Diretoria
Durante o evento, o governador também anunciou o envio do projeto de lei que altera o controle acionário da empresa e permite à Eletrobrás a escolha dos cargos estratégicos da nova diretoria à Assembleia Legislativa. Marconi considerou que o problema da Celg não chegou ao fim porque não foi assinado ainda o protocolo de intenções. No entanto, ele afirmou que o novo acordo representa um divisor de águas, um marco na história da companhia. “Agora é fato, não é boato”.

Marconi também ressaltou a maturidade política das autoridades do Estado que se empenharam para conseguir solucionar o problema. “Quando o assunto interessa ao Estado, todos devem se unir e afastar a questão política, que deve prevalecer, na minha opinião, no período eleitoral”. Nós demos uma demonstração de maturidade, procurei trabalhar com todos os segmentos, enaltecer todos aqueles que colaboraram. Porque não se ganha essa guerra sozinho”.

Marconi agradeceu o empenho dos três prefeitos da oposição que comandam os maiores colégios eleitorais do Estado: Paulo Garcia, PT (Goiânia); Maguito Vilela, PMDB (Aparecida de Goiânia) e Antônio Gomide, PT (Anápolis). “Todos foram muito corretos comigo, com o problema da Celg”. Marconi também fez agradecimentos a toda bancada federal goiana de Brasília e à presidente Dilma Rousseff (PT). “Neste caso, não há vencidos e nem vencedores”.

Novas missões
O governador não poupou elogios ao vice-governador durante a transmissão de cargo. Marconi afirmou que José Eliton teve papel fundamental na gestão da companhia e que já está pensando em algumas formas de delegar ao democrata novas missões durante seu governo.

Em discurso, José Eliton disse que nesses 11 meses de gestão testemunhou, por diversas vezes, diálogos duros e difíceis nas reuniões com representantes do governo federal. “Marconi conduziu esse processo e teve papel fundamental nesse acordo. Estou muito feliz de ter feito parte de tudo e de deixar a presidência para um profissional altamente qualificado, um funcionário de carreira da Celg”.

Fonte: Jornal o Hoje