Tempo seco piora ar em até 80%
Medidores da Semarh registram, em média, 50 microgramas de partículas em suspensão, mas, nesta época, índice chega a 90.
De acordo com padrões de qualidade estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), a qualidade do ar na capital é considerada relativamente boa. Pelo parâmetro que mede as partículas totais em suspensão, utilizado pelos dois amostradores instalados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) – um na Praça Cívica e outro na Praça do Trabalhador –, a média diária de partículas em suspensão no ar por metro cúbico é de 50 microgramas. A média aritmética anual recomendada não deve ultrapassar 60 microgramas. No entanto, desde o início do período seco, as leituras dos aparelhos têm aumentando. Na última o medidor da Praça do Trabalhador registrou 91 – alta de 80% na comparação com a média – e o da Praça Cívica, 72 microgramas.
Os aparelhos medem os padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, quando ultrapassadas, podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, além de ocasionar danos ao meio ambiente em geral. Segundo o gerente de monitoramento ambiental da Semarh, Armando Melo e Santos, mesmo com o aumento, os números ainda não fizeram ultrapassar o limite máximo que é de 150 microgramas em mais de um dia no ano. “Se esses números forem superados é grande o risco de dano a saúde.” Ele explica que a média anual só poderá ser fechada em setembro, quando completa um ano do início do monitoramento.
Armando lembra que qualquer tipo de partícula sólida ou líquido em suspensão – como fuligem de veículo, poeira levantada pelo vento, ou fumaça de indústrias – pode alterar a medição dos aparelhos. Ele ressalta que, por isso, os dois estão localizados na região central da cidade que é a mais crítica principalmente por ter maior concentração de veículos. “Já estamos negociando para instalar mais um aparelho na cidade de Goiânia, mas ainda estudamos o local.”
O gerente de monitoramento afirma que essa medição é um trabalho pioneiro no Estado e deve servir para definições de políticas públicas. “Queremos estabelecer se a qualidade do ar em Goiânia é preocupante para a saúde ou não. Desse estudo vão sair medidas que visem à melhoria da qualidade do ar.” Ele cita um projeto, já em fase de licitação, que quer controlar poluição veicular na cidade. “Os veículos passariam a ser inspecionados regularmente e teriam como se fosse espécie de licença de circulação. Aqueles com emissão acima do valor permitido seriam tirados de circulação”, explica.
Fonte: Jornal o Hoje