A gigante francesa deu certo
Fnac se acomoda no mercado goiano de cultura e tecnologia ultrapassando projeções de lucro em apenas três meses de funcionamento. Inaugurada há pouco tempo, a Fnac goianiense já conseguiu chegar ao ranking das cidades com o maior número de público.
Já se passaram três meses desde a inauguração da Fnac, no Shopping Flamboyant, e a aposta da loja parece ter dado certo. Semanalmente, cerca de 35 mil pessoas circulam pelo espaço. O número de fato impressiona e demonstra que a varejista francesa tem conquistado o público goiano.
Quem confirma a satisfação é o diretor da Fnac Goiânia, Adão Dias Paz. De acordo com ele, Goiânia já é considerada uma das melhores lojas do país. Das 11 lojas brasileiras, em apenas um trimestre, a Fnac goiana conseguiu chegar ao ranking das cinco lojas com maior público.
A Fnac Goiânia conseguiu superar as expectativas de vendas em 25%, o que para Paz só confirma a ótima escolha da marca em trazer mais uma loja para o Centro-Oeste. “A loja de Brasília também deu muito certo. Instalar uma em Goiânia, até mesmo por questão de logística, se tornou muito viável”, conta o diretor. Foram quase seis anos de negociação com o Shopping Flamboyant até a batida final do martelo.
Mercado
Quando o assunto é faturamento, os líderes de venda são os eletrônicos que representam 70% do lucro da Fnac. A outra fatia de 30% se divide em livros, discos e outros produtos oferecidos na loja.
Para o gerente setorial de comércio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), João Bosco Gouthier Sabbag, os números da Fnac representam a realidade cultural de uma sociedade informatizada. “Nós ainda estamos engatinhando em relação a aquisição de livros, no entanto adquirir produtos tecnológicos é o curso natural do mercado brasileiro”, revela Sabbag.
Sabbag afirma que a resposta econômica da Fnac já era esperada, o fato de a loja ser uma rede mundialmente consagrada facilita sua inserção no mercado goiano. Mas, para Paz, a aceitação da Fnac vai além da situação mercadológica e entra na política proposta pela loja. “Para nós, a venda é consequência de uma experiência do cliente na loja.”
A boa fase da economia brasileira, e também goiana, é uma das principais forças que têm movimentado o comércio, explica o gerente do Sebrae. Outro fator que demonstra o potencial de compra do brasileiro são as facilidades do crédito. No entanto, Sabbag conta que é necessário cautela pois os índices de inadimplência tendem a crescer com toda essa facilidade na hora das compras.
Público
O diretor da loja goiana trabalha na varejista francesa há 15 anos. Antes de vir para Goiânia, Paz era funcionário da loja de Porto Alegre. Ele conta que é comum no começo de uma loja o período de adaptação. “É preciso que o público conheça a loja, depois disso ele começa a frequentar e logo não consegue mais deixar de vir”, explica o diretor.
Mas Goiânia parece que não sofreu com esse período de adaptação, desde a inauguração a loja vive cheia. A bandeira de um espaço de lazer e não apenas de compras parece ter agradado a clientela. “Quando entro na loja me sinto a vontade. Nem sempre venho comprar, mas folheio algumas revistas e dou uma olhada nos eletrônicos”, revela a turismóloga Larissa Oliveira, que passeava pela loja.
Quando o assunto são os eventos a loja sempre está lotada, conta Paz. “Nunca tivemos um evento no fórum sem público”, diz o diretor. Até mesmo exceções já foram abertas. A Fnac costuma ter eventos apenas de segunda a sexta no Brasil. No entanto, como a resposta dos clientes foi extremamente positiva a loja passou a ter eventos no sábado e domingo.
O número de clientes circulando pela loja, em um dia de semana à tarde, parece de fato refletir a aceitação e também curiosidade por parte dos visitantes. Um dos serviços preferidos de quem entra na loja, de acordo com a administração da Fnac é o balcão de eletrônicos, a oportunidade de conhecer e navegar nos celulares e tablets chama a atenção dos clientes.
Serviços
A loja tem espaços específicos para livros, CDs e DVDs, revistas e também produtos de tecnologia, tudo isso a altura das mãos dos visitantes. Para atrair o público goiano os pocket-shows recheiam a agenda da Fnac. Além de trazer artistas conhecidos no cenário nacional e também internacional, a programação cultural procura dar espaço para artistas locais, revela o diretor da loja.
Até mesmo os clubes de leitura tem atraído um número considerável de interessados, revela Paz. “É interessante ver o interesse cultural das pessoas, é justamente isso que nós planejamos despertar”, explica Paz.
A resposta do público à Fnac parece imediata. A junção de cultura e tecnologia acalentou uma necessidade antiga do goiano, a de ter os chamados ícones de consumo ao seu alcance. Afinal, nem só do eixo Rio e São Paulo as grandes marcas sobrevivem.
Fonte: Tribuna do Planalto