Marconi Perillo fala à CPI e nega proximidade com Cachoeira
Brasília, 12 jun (EFE).- O governador de Goiás, Marconi Perillo, prestou depoimento nesta terça-feira à CPI que investiga os supostos vínculos de políticos com a máfia do jogo ilegal e negou qualquer 'relação de proximidade' com Carlinhos Cachoeira.
Perillo, assim como o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, é suspeito de estar envolvido nos negócios do suposto contraventor.
O governador de Goiás (PSDB) declarou que viu Cachoeira pessoalmente poucas vezes, mas admitiu que no ano passado lhe ligou para parabenizá-lo por seu aniversário.
Essa ligação foi grampeada por agentes da Polícia Federal que estavam a cargo das investigações sobre a máfia do jogo ilegal e que, com a devida autorização judicial, haviam grampeado o telefone de Cachoeira.
Perillo reconheceu ainda que a mansão em que Cachoeira foi detido em fevereiro tinha sido de sua propriedade, mas explicou que a vendeu no final do ano passado e que não sabia que o comprador era um testa-de-ferro do suposto contraventor.
'A casa foi posta à venda em classificados de jornais. Houve um comprador que manifestou interesse e a propriedade foi vendida de forma absolutamente legal', sustentou o governador, acrescentando que é 'incrível ser exposto dessa forma por vender um bem pessoal'.
Durante o depoimento foram levantadas supostas relações da máfia do jogo com policiais de Goiás, as quais Perillo admitiu que 'poderiam ter existido'.
No entanto, esclareceu que as três mudanças que houve nos últimos anos na cúpula da polícia de Goiás não estiveram relacionadas com esses supostos fatos, mas com a intenção de buscar uma maior 'eficiência' das tropas.
Além disso, afirmou que os contratos que o governo regional outorgou à construtora Delta foram absolutamente legais, adjudicados por concursos públicos e representam apenas 4% das obras licitadas no estado.
O governador afirmou que 'é incrível ser vítima de tamanha injustiça e injúrias, e ser obrigado a demonstrar inocência', o que contraria todos os preceitos constitucionais, sustentou.
As declarações de Perillo deixaram satisfeitos os parlamentares da oposição e não convenceu o governo, que prepara-se para o depoimento, previsto para amanhã, de Agnelo Queiroz. EFE
Fonte: Veja Noticias