Nova alta do etanol revolta consumidor
O motorista que precisou abastecer o carro ontem levou ontem novo susto, com aumento de R$ 0,10 no preço do etanol da noite para o dia. Motorista ouvidos pelo HOJE se mostraram revoltados (veja quadro abaixo). Mesmo após manifestações contra os aumentos e supostos boicotes aos combustíveis, a maior parte dos postos da capital passaram a cobrar R$ 2,29 pelo litro do etanol. Com isso, só este mês o combustível acumula alta de 8,7%. E novos reajustes estão por vir. Nem a queda no consumo de etanol foi suficiente para segurar os preços, embora tenha influenciou na alta 55% no consumo de gasolina.
A explicação do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Leandro Lisboa, é de que os reajustes vêm das distribuidoras e estão acontecendo duas vezes por semana. “Hoje o litro custa R$ 2,09 na distribuidora, mas os reajustes acontecem de três em três dias.”
Na semana passada Procon Goiás, Ministério Público e Delegacia do Consumidor (Decon) se uniram para investigar os preços. Em manifestações isoladas, consumidores boicotaram os postos. Não adiantou. Com o etanol em alta e menos viável que a gasolina, o consumo teria caído 70%.
De qualquer forma os postos continuaram lucrando, pois caiu o consumo de etanol, mas o de gasolina cresceu em 55%, segundo Lisboa, o que faz com que aumente também as vendas de etanol pelas usinas, já que há atualmente 25% da gasolina vendida nas bombas é composta por etanol. “Até abril haverão novas altas”, diz ele.
O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg-GO), André Rocha, informa crescimento nas vendas de etanol em 51% entre janeiro deste ano e o mesmo mês do ano passado, baseando-se em dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Há ainda uma queda de 5% entre janeiro e fevereiro deste ano. “O mercado funciona pela lei da oferta e procura. Se houve redução do consumo atualmente, foi isolada”, diz.
O titular da Delegacia do Consumidor (Decon), André Adão, conta que um inquérito que apura os motivos das altas nos preços ainda está em andamento. A superintendente do Procon Goiás, Darlene Araújo, conta que mais de 40 notificações foram expedidas esta semana para que distribuidoras apresentem documentos como notas fiscais de compra e venda para que seja dada continuidade no processo administrativo instaurado pela entidade. Segundo ela os documentos devem ser entregues a partir da próxima segunda-feira.
O coordenador do Centro de Apoio ao Consumidor do Ministério Público, Érico de Pina Cabral, conta que ainda não houve resposta sobre representação enviada ao Ministério da Agricultura, requerendo a contenção da alta nos preços dos combustíveis.
Fonte: Jornal o Hoje