Ciclistas ''invadem'' as ruas de Goiânia à noite
Primeiro a bicicleta, depois muita disposição acompanhada de um kit completo para garantir a segurança do passeio. Essas são as únicas exigências que devem ser cumpridas para quem pretende participar de algum dos muitos grupos de ciclistas que realizam passeios diariamente pelas ruas de Goiânia. Na noite de terça-feira (29), 60 se reuniram na Avenida T-63, no Parque Anhanguera, para um passeio noturno. O horário é escolhido com o intuito de fugir do sol e do trânsito, além também de reunir quem trabalha o dia inteiro.
Às 20 horas, o líder do Pedal do Cerrado, Mario Augusto Rodrigues, reuniu o grupo. Ele avisou que o percurso seria improvisado, mas que a distância não iria ultrapassar 30 quilômetros. O objetivo era retornar para o ponto de origem às 22 horas. Orientações com relação às leis de trânsito também foram destacadas. “Prestem atenção nas rotatórias e utilizem os equipamentos de segurança, principalmente o capacete e farol.”
Equipados com luvas, capacete, roupa especial, garrafinha com água e ferramentas necessárias para qualquer tipo de imprevisto – um pneu furado no meio do percurso – homens e mulheres, sem distinção de idade, encontram no grupo segurança e diversão em um trajeto improvisado. Eles acreditam que unidos ficam menos expostos a assaltos ou acidentes, além também de estabelecerem novas amizades.
“São vários grupos, como o Pedal do Cerrado, Pedal Goiano, Os Goiabas e muitos outros”, afirmou um dos integrantes do Pedal Goiano, Leandro Martins, 25 anos – que também participa de passeios de outras turmas, como este que foi realizado pelo Pedal do Cerrado. Ele garante que todos os dias participa de passeios com outros ciclistas pela cidade. “Pedalo em grupo de segunda a segunda, basta entrar no site de cada turma e obter as informações.”
Leandro se considera apaixonado pelo esporte. “Faço o percurso de 20 quilômetros todos os dias. Descarrego minha energia e alivio o estresse.” O ciclista comprou a bicicleta em julho de 2010 e nunca mais deixou de usá-la. “Desde que comecei a pedalar minha saúde melhorou, nunca mais gripei. Deixe de beber cerveja porque a prática do esporte é incompatível com o hábito.”
O advogado Augusto Andrade, 46, encontrou a salvação de sua saúde nos pedais. Há quatro anos, após perder muito peso numa dieta, resolveu reunir lazer e diversão é uma atividade física ao ar livre. “Foi quando comprei duas bicicletas uma minha e outra para minha esposa.” No início, os passeios eram feitos em dupla, mas depois descobriram os grupos e a atividade passou a fazer parte da rotina.
Sua mulher, a economista Márcia Andrade, 39, sempre acompanhou o marido nos passeios. “Depois do trajeto me sinto em paz, descansada, pronta para suportar o estresse cotidiano.” O casal mora no Jardim Atlântico e costuma ir até o ponto de origem de encontro pedalando. Além também de ter mobilizado a família para acompanhá-los. “Minha filha participa, já meu filho não gosta muito”, disse Márcia.
O que não falta para a comerciante Eldelir Pereira de Matos, 39, é disposição. Ela saiu de sua casa no Residencial Granville pedalando até a T-63, no Parque Anhanguera. “Pedalo porque gosto. Sempre gostei de atividade física.” Quando a ciclista arruma companhia para o trajeto até o ponto de encontro ela prefere o fazer pedalando. “Preciso de companhia porque o caminho e escuro e tenho medo da violência.”
Fonte: Jornal o Hoje