Projeto do novo Zoo será adaptado à região norte

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Após 63 anos no Setor Oeste, parque será transferido para área próxima ao Ribeirão João Leite. Planta desenvolvida para o Jardim Botânico de Goiânia deve ser reaproveitada


A região norte de Goiânia deverá receber o novo jardim zoológico. O local, ainda não definido, deverá margear a barragem do Ribeirão João Leite. A Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) tem planos para transferir o parque agropecuário para a mesma região. “É a região com maiores perspectivas para construção de atrativos turísticos para a Capital”, afirma o secretário Euler de Morais.

A alternativa é uma área na região sudoeste. A decisão sobre a área em que se abrigará o zoológico está a cargo da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma). O presidente da Amma, Clarismino Ferreira Júnior, avalia que o local exato deve ser definido ainda este ano. A transferência total do zoológico pode acontecer até o fim desta gestão.

A região norte de Goiânia é considerada o novo eixo de crescimento da Capital. A presença de novos empreendimentos imobiliários seria fator que favoreceria a presença de atrativos turísticos. Euler de Morais afirma que a faixa de terra próxima à barragem do João Leite deveria ser transformada em área de transição, na qual a prefeitura construiria atrativos turísticos, como o novo zoológico e o parque agropecuário. O local tem, aproximadamente, 260 alqueires. O Jardim Botânico, cogitado inicialmente para abrigar o novo zoológico, foi descartado por estar em área urbanizada. Sobre a planta da área foi projetado o conceito do novo parque, o que, segundo Clarismino, pode ser adaptado para o local escolhido futuramente (veja gráfico ao lado). Duas áreas nas porções leste e noroeste da Capital foram avaliadas, mas consideradas inviáveis.

Corrida
A corrida pela escolha do novo zoológico começou após o fechamento temporário do parque, na última segunda-feira, 20, em decorrência da morte de animais desde o início do ano. Ontem, o prefeito Iris Rezende solicitou à equipe de governo que a nova área fosse definida o mais rápido possível. A previsão é de que o novo empreendimento custe R$ 10 milhões e tenha 300 mil metros quadrados.

A discussão sobre a transferência, entretanto, é mais antiga do que a crise que motivou a pressa em se definir um novo local. Partidários da mudança afirmam que a atual estrutura, de 63 anos, no Setor Oeste, não teria mais condições de oferecer conforto aos animais, além de ter conceito ultrapassado. “Queremos um zoológico semelhante a um bioparque, sem a ideia de animais enjaulados”, diz Clarismino.

Parceria com Escola de Veterinária da UFG

A direção do Zoológico de Goiânia firmou, ontem, parceria com a Escola de Veterinária (EV) da Universidade Federal de Goiás (UFG) que permitirá intercâmbio entre as duas instituições. Segundo o diretor do parque, Raphael Cupertino, o objetivo maior é garantir a coleta e realização de exames nos animais. Todas as análises serão realizadas no laboratório da unidade acadêmica.
Em contrapartida, professores e alunos da UFG poderão estagiar e realizar pesquisas dentro do parque. A parceria entre as instituições já existia extraoficialmente. Pelo acordo, funcionários do zoológico poderão usar a estrutura da EV no caso de procedimentos mais delicados nos animais, como cirurgias ou o uso da ultrassonografia, cujo aparelho não existe no parque.

Em meio às mortes de animais e fechamento, uma boa notícia. Há uma semana, um filhote de macaco-aranha de cara preta, espécie ameaçada de extinção, nasceu no parque. Os tratadores evitaram contato com o filhote para evitar rejeição pela mãe. Ele, no entanto, aparenta disposição. “Ele está grudado à mãe o tempo todo, o que indica que ele está forte. A mãe também é bastante cuidadosa, o que é bom sinal”, avalia Raphael Cupertino.
A espécie é nativa de florestas úmidas e é encontrada no Brasil, Bolívia e Peru. As fêmeas dão à luz a um único filhote e o intervalo entre as gestações varia de três a quatro anos. O animal também tem dificuldades em reproduzir em cativeiro. “Para o animal procriar nessas condições, é preciso que ele esteja bem-adaptado ao ambiente”, afirma Cupertino.