Governo investe R$ 2 bi em saneamento

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Saneago quer atingir, no final de 2010, a meta de beneficiar mais de 96% da população goiana com água tratada


Quando 2010 chegar ao fim, o governo do Estado de Goiás terá investido, a partir de 2006, exatos R$ 2.120.385.540,00 em obras de saneamento em todo o Estado de Goiás. Deste total, mais de R$ 1 bilhão será aplicado em água tratada, e mais de R$ 1,11 bilhão custeará obras de esgoto. As obras já concluídas custaram mais de R$ 206 milhões. Obras em anda mento vão custar mais de R$ 1,2 bilhão. E as obras programadas, a maioria delas a ser iniciadas ainda este ano, vão custar mais de 633 milhões de reais. “O Estado de Goiás já experimenta uma revolução na área de saneamento básico”, avalia o presidente da Saneago, Nicomedes Domingos Borges. “Tudo teve início ainda nos primeiros dias do governo Alcides Rodrigues, quando o próprio governador nos confirmou a sua prioridade em investir maciçamente em saneamento. Estes investimentos, que somam mais de R$ 1,2 bilhão, irão trazer resultados positivos para toda a população do Estado, melhorando consideravelmente a saúde e a qualidade de vida de todas as famílias.

O governo de Goiás e a Saneago, juntamente com o governo federal, deram início a obras de saneamento em todas as regiões do Estado com maior adensamento populacional”, informa. Os recursos vêm de várias fontes. A maioria vem do Tesouro Nacional (Orçamento Geral da União) e Caixa Econômica Federal, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. A Saneago recebeu empréstimos do BID e do BNDES. Outra parte dos recursos vem do Tesouro Estadual (Orçamento Geral do Estado) e do próprio caixa da Saneago. A maior parte dos investimentos é direcionada para a região metropolitana de Goiânia, Entorno do Distrito Federal, Anápolis e Itumbiara, locais que concentram a população goiana e têm elevado índice de densidade populacional.

Meta é elevar índice de serviços acima da média nacional

“A meta do governo e da Saneago”, declara Nicomedes, “é chegar, em 2010 ao percentual de 96% da população de Goiás beneficiada com água tratada e 75% com esgotamento sanitário, índice bem acima da média nacional e próximo dos de países desenvolvidos. Para a capital, nossa meta é dotar a cidade do índice de 100% da população com água tratada e 100% do esgoto coletado recebendo o devido tratamento. Este será o grande salto que Goiás vai experimentar”, diz. Por ser a maior cidade do Estado, e ter a maior população, Goiânia é, também, a que mais consome água tratada. As obras em andamento visando universalizar o fornecimento de água tratada vão custar mais de 406 milhões de reais. Estão programados ainda mais de 6,8 milhões de reais para ampliação do sistema de água tratada (SAA) da Vila Finsocial, Alphaville e Real Conquista. Atualmente, a Saneago trabalha na ampliação das SAAs de Vila Adélia e Vale dos Sonhos, e dos seus reservatórios.

O Sistema João Leite, contudo, é a grande obra que vai viabilizar não só a universalização da distribuição de água tratada em Goiânia e seu entorno, como também assegurar o fornecimento para toda região pelos próximos 25 anos. O sistema todo custará mais de R$ 191 milhões, pagos com um empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento. A barragem do João Leite não é apenas um dique de contenção, como parece à primeira vista. É uma instalação complexa destinada a represar e captar águas, controlando a vazão e mantendo estável o nível do reservatório. A captação é feita por meio de torres situadas no centro da barragem, composta de dutos verticais que forçam as águas para as bombas de sucção e permitem o controle preliminar da sua qualidade. O represamento do Ribeirão João Leite, na região norte de Goiânia, vai começar em setembro deste ano. As obras da barragem já estão concluídas e o desflorestamento da área a ser inundada foi completado em 95%. Os operários trabalham em ritmo intenso para instalar máquinas e equipamentos necessários ao aproveitamento da água a ser represada. Estão em construção as gigantescas válvulas de controle da pressão das águas represadas sobre a barragem. Também está sendo construído um guindaste que será instalado no topo da barragem para auxiliar os trabalhos de manutenção. Ele vai posicionar uma placa de concreto que vai fechar o canal de desvio, dando início, assim, ao represamento do João Leite. Estima-se que a represa estará formada entre 9 a 12 meses depois de fechadas as comportas da barragem, tudo dependendo do volume das chuvas. Quando atingir seu nível máximo, 44 metros a partir do topo da barragem, o reservatório de água terá um volume de 129 milhões de metros cúbicos, estendendo-se por 15 quilômetros com largura média de 900 metros e profundidade média de 14 metros, com uma vazão de 6.230 litros por segundo. A formação do lago é apenas a primeira etapa da construção do Sistema Produtor João Leite, de captação e distribuição de água. Ao tempo em que o lago for se formando, as obras do complexo de tratamento e distribuição estarão em andamento. Ao pé da barragem será construída uma estação elevatória com dois módulos de tratamento, com capacidade de manipular 4 mil litros por segundo. Três conjuntos de bombas jogarão toda esta água tratada para um buster, distante cerca de 190 metros da barragem. De lá, a água seguirá por gravidade, ao longo de oito quilômetros, até a Estação de Tratamento Jayme Câmara, no Setor Santa Genoveva, seguindo daí até os reservatórios da Estação Sesc, no Setor Universitário, de onde será distribuída para toda a cidade.

O início das obras do sistema de tratamento e distribuição de água depende apenas da liberação dos recursos federais, não estando vinculado à formação do lago. Esses recursos serão liberados assim que cumprir todos os trâmites burocráticos no Ministério da Integração Nacional. A obra será construída pela Saneago em convênio com o Ministério. A maior parte dos recursos, R$ 100 milhões, será alocada pelo Ministério. A contrapartida da Saneago será de R$ 83 milhões, sendo que R$ 68 milhões provêm de empréstimo junto ao BNDES e, o restante, dos cofres da empresa e do Tesouro Estadual.

Coleta será universalizada

Outra meta arrojada da Saneago é universalizar o serviço de coleta e tratamento de esgotos em Goiânia. Embora o sistema de coleta de esgoto já cubra a maior parte da área urbana, os córregos goianienses ainda sofrem o impacto do lançamento direto de dejetos. A meta da universalização será alcançada com a ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto. A Saneago vem trabalhando em três frentes de obras para atingir este objetivo, investimento que custarão mais de 126 milhões de reais quando as obras estiverem construídas. Uma delas é a ampliação do Sistema de Esgoto Sanitário já existente, a outra, que vai custar mais de 88 milhões de reais, é a implantação do sistema Anicuns-Macambira, que abrange uma vasta área que vai do Anicuns a montante do Ribeirão Macambira até o curso urbano médio do Meia Ponte, englobando a Vila Finsocial até o curso urbano norte do Meia Ponte. O tanque de lodo da Estação de Tratamento Hélio de Brito, construída por 720 mil reais, representa mais uma etapa em direção à universalização. Este dispositivo vai viabilizar o chamado “tratamento secundário” do esgoto coletado, concluindo o processo de separação da massa líquida dos resíduos sólidos. A água resultante do processo pode ser devolvida à natureza sem risco de contaminação ou poluição. Goiânia e Aparecida de Goiânia são cidades com quase 100% de conurbação. As malhas urbanas das duas cidades se entrelaçam e a vida social se funde, criando uma comunidade única. É como se fossem uma única cidade, mas com administrações municipais distintas. A Saneago está investindo quase R$ 120 milhões em Aparecida, em obras, em andamento, de ampliação de sistemas de água tratada e sistemas de esgotos sanitários. A maior de todas as obras é a ampliação do Sistema do Setor Cândida de Queirós.

Fontes: Diário da Manhã