Mesmo interditado, zoo perde mais um animal
Necropsia aponta que queixada, de 15 anos, morreu de úlcera causada por bola de pelos encontrada no estômago do animal. É a 8ª morte este ano
O Zoológico de Goiânia perdeu ontem mais um animal. O queixada (espécie de porco selvagem) macho de aproximadamente 15 anos morreu em decorrência de uma úlcera. A perda surpreendeu os tratadores, que não constataram mudança de comportamento no animal. “Ele se alimentou normalmente, mas ontem à tarde caiu morto”, afirmou o diretor do parque, Raphael Cupertino.
A necropsia do animal constatou formação de uma bola de pelos no estômago do queixada. A espécie, tal como outros mamíferos, tem o hábito de se lamber, o que provoca a ingestão de pelos. No caso do queixada, a cobertura da pele é espessa e pontiaguda, o que teria provocado irritação na mucosa intestinal. A hemorragia provocada pelo rompimento da úlcera seria a causa da morte.
É a oitava morte de um animal dentro do Zoológico de Goiânia. Além do queixada, o parque perdeu um jacaré-açu, uma girafa, dois hipopótamos, um leão, uma onça e um tamanduá-bandeira. Cupertino ressalta que os óbitos não têm relação entre si, mas reforçam a necessidade de examinar todos os espécimes do parque.
Desde a segunda-feira, 20, o local está fechado, após acordo entre a direção, Ministério Público (MP) e Ibama. As visitas permanecerão suspensas até a readequação do local. A coleta de material dos animais para análise começou na terça-feira, 21. Hoje, a direção do parque se reunirá com representantes do MP e da Escola de Veterinária (EV) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A Delegacia de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) já investiga as mortes dentro do zoológico. “A morte deste animal será acrescentada ao inquérito”, afirma o delegado Luziano de Carvalho. A Dema já encaminhou ofícios ao Ibama, Ministério Público, Instituto de Criminalística e Saneago para que façam vistorias ao parque.
A coordenadora de fauna do Ibama em Goiás, Cristiane Miguel, lembrou que as mortes foram as razões pelas quais o parque foi fechado. Sobre a morte do queixada, ela reconheceu que quantidade de pelos encontrada no estômago era muito grande, suficiente para formar uma bola do tamanho de uma de beisebol.
MP aguarda laudo do Ibama
A promotora Marta Moriya Loyola, que investiga o caso, informa que aguardará conclusão do laudo do Ibama, que estabelecerá as condições do zoológico. “No momento, o que podemos fazer já estamos fazendo”, afirma.
O queixada, também conhecido como porco-do- mato, é animal nativo da América Latina, sendo encontrado do sul do México ao nordeste da Argentina. No Brasil, pode ser encontrado em quase todo o território. O nome é dado pelo ruído produzido pela mandíbula do animal. Assemelha-se muito ao caititu, outra espécie silvestre de suíno que compartilha o mesmo habitat.
A professora da Escola de Veterinária da UFG e especialista em animais silvestres Luciana Batalha de Miranda afirma que mortes de animais por ingestão de pelos são muito comuns. “Normalmente, mamíferos se lambem para realizar a higiene pessoal. Alguns animais, como os gatos, eliminam estes pelos, mas o queixada não tem este mecanismo”, explica.
A úlcera poderia ser fruto de qualquer coisa, desde stress, algum tipo de alimento e, inclusive, a bola de pelos que teriam irritado o estômago do animal. “É um corpo estranho que danificou a mucosa intestinal.” Instintivamente, o queixada não teria mostrado sinais de fraqueza. “Em ambiente selvagem, qualquer animal que demonstre fraqueza se torna uma presa fácil. É uma questão de sobrevivência”, explica.
Nascimento
Em meio às mortes, uma boa notícia. Há uma semana um macaco-aranha nasceu no zoológico. O filhote passa bem. Os tratadores têm evitado se aproximar de mãe e filho para garantir o bem-estar dos dois. O animal, ameaçado de extinção, tem dificuldade de se reproduzir em cativeiro.
Prefeito garante que transferência será agilizada
Ontem, o prefeito Iris Rezende informou que, dentro das possibilidades da prefeitura, a transferência do zoológico para outra área, na região norte da Capital, será agilizada. O presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Clarismino Ferreira júnior, afirmou que um novo zoológico custaria cerca de R$ 10 milhões e necessitaria de uma área de no mínimo 300 mil metros quadrados.
A Amma já possui esboço do projeto gráfico do novo zoológico, adequado para o Jardim Botânico, uma das áreas cotadas para abrigar o parque. Outros três locais são estudados pela agência. Os nomes, no entanto, não foram divulgados, para evitar expectativas.
O novo parque, cuja construção será anunciada até o fim desta gestão, deverá seguir conceito diferente do atual, como jaulas maiores, que garantam o bem-estar dos animais e a segurança dos visitantes. “Queremos um zoológico que fuja da ideia de animais enjaulados”, afirma Clarismino.
A necropsia do animal constatou formação de uma bola de pelos no estômago do queixada. A espécie, tal como outros mamíferos, tem o hábito de se lamber, o que provoca a ingestão de pelos. No caso do queixada, a cobertura da pele é espessa e pontiaguda, o que teria provocado irritação na mucosa intestinal. A hemorragia provocada pelo rompimento da úlcera seria a causa da morte.
É a oitava morte de um animal dentro do Zoológico de Goiânia. Além do queixada, o parque perdeu um jacaré-açu, uma girafa, dois hipopótamos, um leão, uma onça e um tamanduá-bandeira. Cupertino ressalta que os óbitos não têm relação entre si, mas reforçam a necessidade de examinar todos os espécimes do parque.
Desde a segunda-feira, 20, o local está fechado, após acordo entre a direção, Ministério Público (MP) e Ibama. As visitas permanecerão suspensas até a readequação do local. A coleta de material dos animais para análise começou na terça-feira, 21. Hoje, a direção do parque se reunirá com representantes do MP e da Escola de Veterinária (EV) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A Delegacia de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) já investiga as mortes dentro do zoológico. “A morte deste animal será acrescentada ao inquérito”, afirma o delegado Luziano de Carvalho. A Dema já encaminhou ofícios ao Ibama, Ministério Público, Instituto de Criminalística e Saneago para que façam vistorias ao parque.
A coordenadora de fauna do Ibama em Goiás, Cristiane Miguel, lembrou que as mortes foram as razões pelas quais o parque foi fechado. Sobre a morte do queixada, ela reconheceu que quantidade de pelos encontrada no estômago era muito grande, suficiente para formar uma bola do tamanho de uma de beisebol.
MP aguarda laudo do Ibama
A promotora Marta Moriya Loyola, que investiga o caso, informa que aguardará conclusão do laudo do Ibama, que estabelecerá as condições do zoológico. “No momento, o que podemos fazer já estamos fazendo”, afirma.
O queixada, também conhecido como porco-do- mato, é animal nativo da América Latina, sendo encontrado do sul do México ao nordeste da Argentina. No Brasil, pode ser encontrado em quase todo o território. O nome é dado pelo ruído produzido pela mandíbula do animal. Assemelha-se muito ao caititu, outra espécie silvestre de suíno que compartilha o mesmo habitat.
A professora da Escola de Veterinária da UFG e especialista em animais silvestres Luciana Batalha de Miranda afirma que mortes de animais por ingestão de pelos são muito comuns. “Normalmente, mamíferos se lambem para realizar a higiene pessoal. Alguns animais, como os gatos, eliminam estes pelos, mas o queixada não tem este mecanismo”, explica.
A úlcera poderia ser fruto de qualquer coisa, desde stress, algum tipo de alimento e, inclusive, a bola de pelos que teriam irritado o estômago do animal. “É um corpo estranho que danificou a mucosa intestinal.” Instintivamente, o queixada não teria mostrado sinais de fraqueza. “Em ambiente selvagem, qualquer animal que demonstre fraqueza se torna uma presa fácil. É uma questão de sobrevivência”, explica.
Nascimento
Em meio às mortes, uma boa notícia. Há uma semana um macaco-aranha nasceu no zoológico. O filhote passa bem. Os tratadores têm evitado se aproximar de mãe e filho para garantir o bem-estar dos dois. O animal, ameaçado de extinção, tem dificuldade de se reproduzir em cativeiro.
Prefeito garante que transferência será agilizada
Ontem, o prefeito Iris Rezende informou que, dentro das possibilidades da prefeitura, a transferência do zoológico para outra área, na região norte da Capital, será agilizada. O presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Clarismino Ferreira júnior, afirmou que um novo zoológico custaria cerca de R$ 10 milhões e necessitaria de uma área de no mínimo 300 mil metros quadrados.
A Amma já possui esboço do projeto gráfico do novo zoológico, adequado para o Jardim Botânico, uma das áreas cotadas para abrigar o parque. Outros três locais são estudados pela agência. Os nomes, no entanto, não foram divulgados, para evitar expectativas.
O novo parque, cuja construção será anunciada até o fim desta gestão, deverá seguir conceito diferente do atual, como jaulas maiores, que garantam o bem-estar dos animais e a segurança dos visitantes. “Queremos um zoológico que fuja da ideia de animais enjaulados”, afirma Clarismino.
1 comentários:
Write comentáriosquando o zoo de Goiânia começou a crescer com a vinda de girafas, isso acontece!?
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