Últimos imóveis são demolidos

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Os lotes desapropriados para a obra do novo Parque Mutirama já começaram a receber as primeiras intervenções. Um posto de combustível, uma sauna e academia na Avenida Araguaia estão entre os imóveis que foram demolidos, de acordo com o que prevê o projeto. Apesar disso, parte das obras permanece paralisada devido às investigações que envolvem a compra dos brinquedos e a construção de um túnel e uma plataforma.

As bombas de combustíveis e toda a estrutura foram retiradas do antigo posto. Ontem, o local e a academia – avaliada em R$ 1,8 milhão – foram demolidos. Segundo informações oficiais, apenas um terreno, dos 11 que devem ser desapropriados, ainda está em processo de acordo. Juntos, os proprietários receberam aproximadamente R$ 1,168 milhão, depositados no último dia 15. Todos já teriam recebido pelos terrenos, como foi informado.
Das construções que ainda estão intactas no local, após o pagamento, os moradores possuem 30 dias para sair das casas. Apesar disso, a perspectiva da Prefeitura é de que essa etapa da reforma seja concluída em uma semana. A dona de casa Zilene Bueno Cardoso, 37 anos, por exemplo, é uma das moradoras que ainda está na residência na Avenida Araguaia, muito próximo às obras do parque.

Ela conta que o contrato foi assinado há sete meses e constava que o pagamento seria feito até 60 dias após a assinatura, mas o pagamento só foi realizado na semana passada. O valor pago pela Prefeitura ao seu lote foi de R$ 564 mil, que corresponde somente ao valor do imóvel, sem os juros pelo atraso. “Eu liguei na Prefeitura para perguntar dos juros e eles me falaram que, se eu quisesse receber, teria de entrar na Justiça”, conta.
Zilene reclama que não foi avisada do início das obras próximas à sua casa. Ela conta que teve medo das paredes se quebrarem e a movimentação do terreno, com as obras, chegou a rachar a parede da oficina do marido, que fica nos fundos da casa. Porém, a dona de casa disse que está tudo mais ou menos preparado para a mudança e eles devem sair de lá antes do prazo de 30 dias.

Apesar de o processo de espera ter terminado, a família sente a mudança. Segundo Zilene, o sentimento de tristeza ocorre pela saudade que o local vai deixar para o sogro, de 75 anos, que mora ali desde os 3 anos de idade. “Ele tem muita história neste lugar”, relata a dona de casa.

Exército
Mas, para progredirem as outras partes da reforma, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, anunciou, no início do mês, que o Exército Brasileiro faria um levantamento sobre as obras para que assim fossem liberados os trabalhos. Foi divulgado também que um novo cronograma seria divulgado na sexta-feira (16), inclusive para a liberação da Marginal Botafogo e da Araguaia, mas nada foi anunciado. De acordo com a Agência Municipal de Obras (Amob), os trabalhos do Exército continuam no local.

O prazo para o fim das obras de reforma será anunciado somente com a conclusão do levantamento, como informou a assessoria de comunicação da Amob. Porém a previsão é de que na próxima semana as obras devem se desenrolar inclusive com o possível anúncio de um cronograma pelo Exército.
Marginal
A desinterdição imediata da Marginal Botafogo foi pedida em uma ação civil pública protocolada nesta quarta-feira (21) pela Defensoria Pública do Estado. O defensor público-geral, João Paulo Brzezinski da Cunha, afirma que o bloqueio da via, que ocorre desde o dia 27 de agosto, traz problemas para a população vizinha à obra. Mais de 50 moradores colaboraram com informações e reclamações para basear a liminar.

“Não há motivos para estar interditada”, informa Brzezinski. A importância do tráfego pela via, que tinha fluxo médio de 3,4 mil veículos por hora, e os transtornos para a população são as principais questões levantadas para que a marginal tenha o tráfego retomado na altura do parque, enquanto as obras estão paralisadas. “O fato é que o prazo foi ultrapassado e está sem um novo prazo”, avalia, com base na promessa da Prefeitura de que em até seis meses seria desobstruída.

Para que o juiz conceda a liminar ou não, ele avalia que deve demorar até seis dias. Se for concedida a liminar, em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$5 mil. O procurador-geral do município, Reinaldo Barreto, foi procurado pela reportagem para comentar a ação, mas não foi encontrado. Porém, o município ainda não foi notificado sobre a ação, já que precisa ser apreciada pela Justiça.

Fonte: Jornal o Hoje (Katherine Alexandria e Vanessa Martins)