Goiânia tem primeira deflação em 12 meses

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Efevereiro, o consumidor teve um alívio com registro de deflação (-0,14%) no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento. Esta é a primeira que­da desde fevereiro de 2011. A alimentação, com quedas em nove dos 16 itens que compõem o grupo, e transportes, com redução de 0,70%, pressionaram com mais força a redução da inflação na capital.

Entre os itens alimentícios, a maior influência negativa foi o tomate, que ficou 35,35% mais barato no mês passado. Segundo o gerente de Pesquisas Sistemáticas Especiais da Segplan, Marcelo Eurico de Sousa, a redução do preço do tomate aconteceu em virtude do aumento da importação do item de Estados como Santa Catarina e Minas Gerais. “O tomate goiano ainda se mantém em alta, favorecendo a compra de outros Estados”, informa ele.

O aumento da produção goiana de batata inglesa, em Cristalina, em função do bom período chuvoso em janeiro, favoreceu para uma queda de 16,58% no preço do tubérculo. Também tiveram forte pressão negativa a maçã (-21,25%) e a banana maçã (-13,64%).
As carnes de frango, bovina e suína também ficaram mais baratas no mês passado. A suína caiu 5,74%. A carne bovina já vinha de uma queda de 3,04% em janeiro e voltou a ter redução em fevereiro (-4,41%). A de frango, que havia ficado 7,25% mais barata em janeiro, apresentou queda (-5,69%) no mês passado. Segundo Marcelo Eurico, a redução nos preços das carnes foi resultado de um recuo nas exportações em fevereiro.

Todas as terças e quartas-feiras, o professor Fernando de Carvalho, 54, faz as compras de casa, aproveitando promoções, normalmente anunciadas nestes dois dias da semana. Mas, a não ser em casos de promoções, ele não tem observado grande diferença nos preços dos itens que compõem a alimentação da família. “Tem mantido o mesmo preço. O tomate mesmo está custando R$ 3,69 o quilo. É um absurdo ter de pagar isso tudo em um Estado basicamente agrícola e estando há poucos quilômetros de um dos maiores produtores da fruta em Goiás, que é Goianápolis.”

Nos transportes, as maiores variações negativas foram nos preços das passagens de ônibus interestadual (-19,12%) e intermunicipal (-9,83%), que caíram após o período de férias. Entre os combustíveis, o etanol recuou 4,48% e a gasolina comum, 1,74%. Também houve pressão negativa, embora mais leve, nos itens de saúde e cuidados pessoais (-0,2%), com destaque para medicamentos (-1,27%), antialérgico (-4,79%) e calmante (-4,61%). Entre os itens que compõem os artigos residenciais o resultado foi praticamente estável (-0,02%).

A superintendente de Estatísticas, Pesquisa e Informações Socioeconômicas da Segplan, Lillian Maria Silva Prado, lembra que as reduções acontecem porque não há nenhum reajuste pontual pré-estabelecido em fevereiro. “Em janeiro, por exemplo, há elevações pressionadas pelo reajuste do salário mínimo e pelo aumento nos preços de materiais escolares”, explica Lillian.

Fonte: Jornal O Hoje (André Passos)