Na cumeeira das águas
Os mananciais goianos difundem água para todas as regiões brasileiras. A hidrologia deste Estado, hospedeiro do Espigão Mestre, se forma como uma cumeeira hídrica. Somos uma das partes mais importantes do divórcio do aquífero brasileiro, produzindo o fenômeno das águas que parecem se emendar.
Neste mês, do Dia Mundial da Água, mais uma vez marcamos de forma concreta nossa política de defesa dos mananciais com a criação do Museu da Água. O projeto nasce para ser um centro difusor de informações e educação ambiental.
E como não há construção histórica sem contribuição de muitos, homenageio os que consagraram seus esforços à causa do meio ambiente e, também, nossos parlamentares atentos ao tema na pessoa da senadora Lúcia Vânia. Parlamentar aguerrida, competente, zelosa, ela é autora de uma emenda que garante os recursos financeiros indispensáveis para que projetássemos o que será o Museu da Água.
Esta obra seduzirá os goianos e encantará o mundo. Será um espaço múltiplo onde se conciliarão arte, educação, entretenimento e pesquisa. Um museu contemporâneo, dotado de todos os recursos tecnológicos e artísticos para envolver, comover e mudar nossa consciência sobre a água, este bem finito. Uma obra que nasce impressionante, sob a inspiração e a coordenação do jornalista Washington Novaes e a curadoria artística do internacionalmente premiado artista plástico Siron Franco.
Mas o Governo de Goiás lança também o Goiás Irriga Sustentável, acordo de cooperação técnica para regularizar o uso sustentável de recursos hídricos para irrigação e finalidades pecuárias, e o livro Legislação de Recursos Hídricos do Estado de Goiás, contendo legislação pertinente que precisa ser estudada e divulgada.
Com a Agência Nacional de Águas, vamos elaborar o Atlas de Vulnerabilidade às Inundações, composto por diagnóstico dos rios goianos, com a identificação de trechos inundáveis e vulnerabilidades. Lançamos o Plano Estadual de Recursos Hídricos e um curso de capacitação em gestão de recursos hídricos para os gestores públicos municipais.
Está no artigo 2º, da Declaração Universal dos Direitos da Água, da Organização das Nações Unidas: “A água é a seiva de nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.”
Desde nosso primeiro governo, em 1999, tomamos a decisão de tirar do papel projetos como a construção do Complexo do João Leite e da Estação de Tratamento de Esgoto de Goiânia. Viabilizar esses projetos foi muito difícil. Houve um momento em que chegamos a impetrar um mandado de segurança, junto ao Superior Tribunal de Justiça, contra o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, do meu partido, o PSDB, a fim de conseguir autorização para contrair empréstimos e começar a construir o Complexo João Leite.
O Complexo garantirá o abastecimento de 3 milhões de habitantes até 2040, pelo menos, e até meados do ano que vem Goiânia alcançará a feliz posição de ser uma das primeiras capitais brasileiras a, praticamente, universalizar – 95% – o serviço de coleta e tratamento de esgoto.
Temos, como se vê, a responsabilidade histórica de zelar, gota por gota, desta verdadeira pátria das águas. E é isso que estamos fazendo. Conto com todos na empreitada.
Marconi Perillo é governador de Goiás
Fonte: Opinião, O Popular