Mais de 81% com banda larga móvel
No País, o crescimento foi de quase 100% em 2011 – 41,1 milhões de acessos e 20,6 milhões em 2010 –, de acordo com balanço divulgado esta semana pela Huawei e pela consultoria de telecomunicações da Teleco. A marca é maior do que a média mundial, de 26,2%. Segundo o estudo, 35,4% dos municípios goianos são atendidos pela tecnologia. Um município é considerado atendido quando a área de cobertura é equivalente a, pelo menos, 50% da área urbana.
Para o presidente da Teleco, Eduardo Tude, o celular deve se tornar o principal dispositivo de acesso a internet ao superar o Computador Pessoal – que completa 50 anos em novembro. “Os planos pré-pagos existentes no Brasil tornam este acesso mais fácil e são uma alternativa ao acesso em lan houses”, completa. Dos que possuem celular 3G, 79% costumam acessar a internet, segundo pesquisa da Teleco.
Sintomas
Nas 87 cidades goianas, com maior velocidade para receber e enviar e-mail, ver vídeos, acessar as redes sociais e a um custo menor do que se tinha antes do 3G, as mudanças na convivência e na vida social “virtual e real” já são sentidas. Estar conectado se tornou uma necessidade, como aponta o mestre em Psicologia, Flávio da Silva Borges.
Para o executivo de vendas, Thiago Gonçalves Mota Santiago, de 27 anos, não tem como ficar sem a internet no celular. Aparelhos, ele tem três. “Uso para tudo: redes sociais, e-mail, sites de pesquisa.” Há um ano, ele não sabe como ficar sem conseguir ter acesso ao que precisa de onde estiver seja para o trabalho, seja para se divertir. “Traz muitas facilidades, é mais prático.”
Até para os contatos com os clientes ele não consegue imaginar sem o 3G, que usa em dois dos aparelhos, já que pode pesquisar preços e ter como argumentar já no primeiro contato por telefone. Mas para o também professor de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), Flávio Borges, os reflexos de tanta interatividade não são apenas positivos e os consultórios já recebem casos que envolvem o uso em excesso da internet.
Ao atrapalhar no trabalho, em casa, no relacionamento amoroso, o uso da tecnologia traz sinais de que pode estar acima do necessário. “Saber dosar é uma necessidade, que vai precisar ser maior cada vez mais”, diz Borges. O cyberbullying é um dos exemplos que o professor cita como reflexo da interatividade.
O número de acessos pode aumentar ainda mais, já que o número de celulares é bem maior do que os que usam o serviço de internet. Segundo pesquisa da Teleco, 79% dos que possuem celular 3G costumam acessar a internet. “A base de celulares passa por um processo de troca de aparelhos GSM por 3G. Esta troca ocorre principalmente nas regiões atendidas por 3G e pelos usuários que costumam acessar a internet fixa”, explica Tude.
Em Goiás, a Vivo é a que possui a maior cobertura, presente em 85 municípios, a Claro em 26, a TIM em 16 e a Oi em cinco cidades. A estimativa apontada pela Teleco é que, ainda neste ano, os acessos cheguem a 73 milhões no Brasil e 124 milhões em 2014. “A expectativa para 2012 é que Claro, TIM e Oi aumentem a quantidade de municípios atendidos”, explica o presidente da Teleco, Eduardo Tude, sobre o cenário para Goiás.
Apesar do visível crescimento, ainda há barreiras. “A principal é o custo dos aparelhos 3G, principalmente smartphones. A carga tributária, o custo Brasil e a taxa de cambio contribuem para que estes aparelhos sejam ainda mais caros no País”, pontua Tude. Além disso, a Teleco expõe no estudo que é preciso mais investimentos em redes de acesso, com utilização intensiva de fibra; mais espectro e novas tecnologias com mais capacidade e velocidade.
A cobertura é menor nos municípios com menos de 50 mil habitantes, porém 95% das cidades com população maior que 50 mil possui a cobertura. “O objetivo é levar cada vez mais a universalização do acesso”, explica o gerente regional GO/TO da Vivo, Durclerc Ladeia, sobre o compromisso da operadora que visa o desenvolvimento social e econômico nessas localidades.
Quase quatro de cada 10 celulares vendidos no mundo no quarto trimestre de 2011 era smartphone, de acordo com a pesquisa da Huawei. O engenheiro eletricista e analista de tecnologia de informação, Flávio Geraldo Coelho Rocha, explica que o avanço da cobertura é o que traz a busca cada vez mais pelos celulares com mais recursos. Porém, Flávio alerta também que a velocidade da banda larga fixa ainda não se compara com a móvel, o que faz com que se completem.
Fonte: Jornal O Hoje (Katherine Alexandria)