Agenda 2012 coloca Goiás em movimento
Para o governo, a falta de obras e de agendas positivas, que perduraram até o fim de 2011, são páginas relegadas ao passado. Respirando mais aliviado, o Palácio quer passar à ofensiva administrativa e política para colocar Goiás na vitrine de modelo a ser seguido por outros Estados.
A começar pela retomada das obras dos programas Rodovida Urbano, Reconstrução e Pavimentação. As três obras recomeçarão simultaneamente em um evento marcado para essa semana. Os três programas foram paralisados gradativamente no final do ano passado em virtude das chuvas. Somente no Rodovida Reconstrução, a expectativa do governo é terminar os 1.555 quilômetros, do total de 2.081, ainda neste semestre.
Ciente de que a imagem positiva do governo terá papel catalisador nas eleições municipais deste ano, Marconi está determinado em reforçar o caráter municipalista de sua gestão. O ano de 2011 não foi bom para os prefeitos do interior do Estado, e 2012 começou com uma grande expectativa entre os gestores municipais.
Porém, para garantir a sua popularidade administrativa e atender a base no interior do Estado, o governo aposta na retomada das obras do Rodovida Urbano, que irá contemplar 133 municípios na primeira etapa, com investimentos na ordem dos R$ 123 milhões. Serão recuperados 13,8 milhões de metros quadrados de ruas e avenidas nos próximos seis meses.
OVG
Outro recente gesto municipalista do governo foi o repasse de R$ 100 mil pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) a 11 prefeitos, do total de 83, para a construção de 100 novas creches. Os investimentos chegam aos R$ 23 milhões.
Ainda na semana passada, o governo liberou, por meio da GoiásFomento, crédito com juros menores (1,3% ao mês, equivalente à metade do juro de mercado) aos profissionais do transporte escolar, mototaxistas, taxistas e feirantes. Foram liberados para mototaxistas R$ 119 mil, para feirantes, R$ 448 mil e para empreendedores individuais R$ 2,7 milhões.
Este ano, o cenário para os servidores públicos também melhorou consideravelmente. Já tramita na Assembleia o projeto que concede reposição linear de 10% aos servidores estaduais do Executivo até o mês de maio. A categoria também foi contemplada recentemente com o convênio de financiamento habitacional com a Caixa Econômica Federal, que prevê carência de até seis meses e uma redução na taxa de juros de 10% para 8,4% ao ano, ou seja, uma redução de 12% ao final do ano.
Em fevereiro, a adoção do controle financeiro feito pelo governo foi reconhecida até pela presidente Dilma Rousseff ( PT), em solenidade no Palácio do Planalto. Na ocasião, o governo federal autorizou aumento de até R$ 1,45 bilhão no limite de endividamento do Estado. A medida permite ao governo estadual firmar novos empréstimos com bancos e organismos internacionais para garantir recursos e dar nova acelerada nas obras de infraestrutura e saneamento no Estado.
Em pouco menos de três meses, o governo conseguiu acelerar os investimentos e a resgatar alguns compromissos feitos durante a campanha eleitoral de 2010. Espera-se mais. Espera-se seguir à risca a promessa de se fazer “o melhor governo da vida dos goianos” e há claros indícios de que se avançará do virtual para o concreto.
Gargalos persistem
Pelo andar da carruagem, não há como olhar os próximos meses se não com expectativa de melhoria. Marconi tem feito o dever de casa, mas ainda é preciso lembrar que alguns espinhos continuam no seu caminho, como o impasse na educação, a esperada reabertura do Centro Cultural Oscar Niemeyer, que já completou 4 anos e meio fechado, além da arrastada obra de construção do Centro de Excelência do Esporte, o antigo Estádio Olímpico.
Marconi sabe dos desafios que tem pela frente para continuar no comando do Estado como um gestor moderno e eficient. Consagrado pelas urnas na eleição passada, o tucano precisa superar obstáculos em algumas áreas até mesmo por uma questão de sobrevivência de seu grupo político, que completará, em 2014, 16 anos no poder no Estado.
Fonte: Jornal O Hoje (Marina Dutra)