População insegura na hora do lazer

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Goiânia é conhecida por ser uma das cidades mais arborizadas do mundo, com seus 94 metros quadrados de área verde por habitante. A cidade perde apenas para Edmonton, no Canadá, que possui 100 metros quadrados de área verde por habitante. O número de parques e bosques aqui existentes (29) e a extensa área que eles ocupam mostram a vocação da cidade. Mas nem tudo são flores. Grande parte da população reclama, principalmente, da falta de segurança em alguns desses locais que deveriam servir apenas para lazer, entretenimento e prática de esporte.

Ao contrário do que se possa imaginar, tal problema não se restringe aos parques da periferia. Ele costuma ocorrer até mesmo na região central e em setores considerados nobres, como Bueno, Marista, Jardim Goiás e outros. No Parque Flamboyant, por exemplo, o guarda municipal Mendes, que ali trabalha desde 2009, conhece bem a situação e não a esconde. “O problema maior aqui é com o pessoal que, depois de beber e usar droga, quer fazer sexo dentro dos carros e até mesmo ao ar livre, no mato, na grama, cometendo atentado ao pudor”, relata.

Mendes, que tem o guarda Dário Silva como parceiro, revela ainda que, ultimamente, o Parque Flamboyant está tranquilo, mas até pouco tempo não era assim. Assaltos eram mais ou menos comuns. Alguns usuários de crack vindos da Vila Lobó, na vizinhança, costumavam praticar esse tipo de crime para alimentar o próprio vício. A Polícia Militar, entretanto, andou fazendo rondas ostensivas no local e o problema diminuiu. Mesmo assim – ele acrescenta –, quando acontecem shows ou eventos que reúnem muita gente, a presença de bêbados, vândalos e ladrões costuma aumentar.

“Agora pelo menos a gente está mais bem preparado para combater esses elementos”, declarou Mendes, referindo-se à pistola Taser, que dispara um dardo provocando choque neuromuscular que paralisa a pessoa atingida. O equipamento só começou a ser usado pelo pessoal da Divisão Ambiental há dois meses.
No Parque Sabiá, no Parque das Laranjeiras, os moradores não têm muito do que reclamar. “Aqui quase não temos problemas. Só não está bem iluminado”, afirmou Marcelo Inácio Monteiro, 26. Ele se lembra que, há dois anos, chamou a atenção de todos pela violência inusitada: um motociclista atropelou uma criança em pleno passeio público do parque.

Ainda na região sudeste, o Parque Carmo Bernardes serve de local de lazer para a população do Atheneu. O pintor predial José Silva Santos, 45, costuma visitar o parque para fazer caminhada ou para simples lazer contemplativo. “Aqui é tranquilo, mas de vez em quando ocorrem brigas entre usuários de droga.” Duas garotas, que não quiseram se identificar, afirmaram que, quando a noite chega, é perigoso fazer cooper ali. “Depois que instalaram a guarita da Guarda Municipal, a violência diminuiu”, disse uma delas.

Fonte: Jornal O Hoje (Carlos César Ibiapino)