160 mil devem perder título eleitoral

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De acordo com estimativa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), cerca de 160 mil eleitores em Goiânia não vão conseguir executar o recadastramento biométrico até o final do mês, quando termina o prazo para realizar a biometria. Esses cidadãos terão seus títulos cancelados. No final da tarde de ontem, 685.517 eleitores já haviam feito o recadastramento, número que corresponde a 75,36% do total. Para que as eleições ocorram em Goiânia com a utilização da biometria, a capital precisa recadastrar 80% do eleitorado, composto por 909,651 mil cidadãos.

Segundo o TRE, 224.134 eleitores ainda não haviam se recadastrado até ontem, mas a estimativa do órgão é a de atender mais 65 mil pessoas até o dia 29 de fevereiro. O tempo de atendimento é de aproximadamente dez minutos por cidadão. Para que todos que ainda não fizeram a biometria conseguissem fazê-la dentro do prazo, mais de 3.395 eleitores teriam que ser atendidos por hora, cerca de 57 por minuto. O TRE pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que estendesse o fim do recadastramento para o mês de maio, mais próximo das eleições, mas o pedido foi negado.

Segunda chance
No entanto, quem não conseguir se recadastrar nessa última semana ainda terá uma segunda chance para regularizar sua situação com a Justiça Eleitoral. Basta que o eleitor procure o cartório da zona eleitoral onde está inscrito entre os dias primeiro de março e 9 de maio, munido de documentos pessoais, para requisitar um novo título. Ao contrário do que vinha sendo divulgado anteriormente, os eleitores que procurarem seus cartórios nesse prazo não pagarão multa.

Para o TRE, as filas não são resultado de falhas do órgão e só estão ocorrendo porque os eleitores deixaram o recadastramento para os últimos dias. Quando o processo começou, em abril de 2011, cerca de 600 eleitores eram atendidos por dia. Nessa última semana, esse número passou para 7 mil pessoas diariamente, o que explica o tempo de espera, muitas vezes longo, para quem deixou para procurar atendimento só agora. Para o cientista político Itamir Campos, o problema é fruto da velha cultura do brasileiro de deixar tudo para a última hora, mas tem também outra causa. “O descrédito na política também influenciou nessa situação. Muita gente nem quer mesmo votar”, afirma.

A orientação do TRE é a de que o eleitor não deixe a biometria do título para o último dia e tenha paciência diante das filas. Quem tiver o título de eleitor cancelado não poderá votar e ficará impedido de assumir qualquer cargo no Estado, contratar empréstimos, fazer matrículas em escolas ou universidades oficiais, requerer aposentadoria pelo INSS, tirar passaporte e até receber remuneração (se for funcionário público) até regularizar sua situação com a Justiça Eleitoral.

As cidades de Cocalzinho e Corumbá de Goiás também estão recadastrando seus eleitores. Nas duas cidades, o processo, que começou em setembro, vai até o dia primeiro de abril. O município de Hidrolândia, onde foi implantado um projeto piloto, recadastrou seus eleitores em 2009 e estes já votaram na eleição passada através da biometria. Goiânia e Curitiba foram as duas primeiras capitais do Brasil a implantar o sistema.

Segundo o TRE, todos os títulos novos já são emitidos com a nova tecnologia e até 2018 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende recadastrar todos os eleitores do país. O TRE também ressalta que a partir do próximo mês serão feitos testes finais nas urnas e treinamento de pessoal, para que tudo corra bem no dia da eleição.

Fonte: Jornal O Hoje (Angélica Queiroz e Cejane Pupulin)