Sobraram mais de 100 mil vagas no Sine em 2011
No ano passado, as unidades de atendimento do Sistema Nacional do Emprego (Sine) no Estado conseguiram captar 131.476 vagas de empregos junto às empresas. Os setores que mais ofertaram oportunidades foram os de prestação de serviços, comércio, construção civil, indústria de transformação e agropecuária. Mas apenas 30.662 trabalhadores foram contratados, o que representou apro- veitamento de 23,32%. Ou seja, um total de 100.814 vagas não foi preenchido.
O coordenador do Sine-GO, órgão ligado à Secretaria de Cidadania e Trabalho, Antônio Ferreira Lopes, explica que o baixo índice de aproveitamento das vagas captadas no mercado de trabalho se deve a uma série de fatores. Um deles foi a mudança do sistema de informática determinada em 2011 pelo Ministério do Trabalho, que causou algumas alterações nos procedimentos e prejudicou o desempenho do órgão. Mas segundo ele, o principal empecilho ainda é a baixa qualificação profissional dos candidatos cadastrados.
Também contribuíram para o resultado o endereço incompatível. “Muitas vezes, a vaga ofertada é em Trindade ou Aparecida, e o candidato mora em Goiânia. Ele prefere aguardar o surgimento de outra oportunidade de trabalho”, explica. O salário oferecido pela empresa é outro motivo, pois em muitos casos o valor inicial a ser pago pela empresa é considerado insuficiente pelo trabalhador. A exigência do empregador de um tempo mínimo de experiência comprovado na carteira de trabalho também foi outro fator apontado pelo coordenador do Sine-GO.
Concorrência
Antônio Ferreira cita ainda a concorrência do emprego público. Muitos trabalhadores, quando têm certa condição financeira, preferem se dedicar aos estudos e participar de concursos públicos, pois o setor público oferece estabilidade no emprego e salários maiores. O Sine conta com 42 unidades de atendimento em 31 municípios, das quais 8 na Grande Goiânia (Aparecida e capital). Em 2011, um total de 203.758 pessoas se cadastrou no órgão que presta o serviço de intermediação de mão de obra.
Ontem o trabalhador Otoniel Alexandre Vaz, desempregado há oito dias, procurou uma unidade do Sine na capital em busca de uma nova colocação no mercado de trabalho. Ele já atuou na construção de barragem no Tocantins e depois foi trabalhar como garçom em um bar de Goiânia. Mas agora quer voltar para a construção civil. “Quero mudar de área de atuação”, disse. Otoniel saiu do Sine com uma carta de recomendação para uma entrevista de emprego em uma construtora que está com canteiro de obras na capital.
A gerente de Recursos Humanos do Grupo Empreza, Sayonara de Castro Brotherhood, confirma que houve um incremento na oferta de vagas de emprego no ano passado e escassez de mão de obra disponível. Mas estranha a grande proporção de vagas disponíveis no Sine que não foram preenchidas. “Esse fato não condiz com a realidade do mercado de trabalho goiano”, avalia.
Ela diz que nas empresas especializadas em recrutamento e seleção de mão de obra normalmente 20% a 30% das vagas ofertadas não são ocupadas. Nesse caso, para melhorar o aproveitamento, é necessário adequar os perfis dos candidatos às vagas disponíveis, afirma.
Fonte: Jornal o Hoje