Exportações goianas somam US$ 5,605 bi

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Mariza Santana

A balança comercial goi­ana fechou o ano de 2011 com novo recorde histórico. As exportações somaram US$ 5,605 bilhões, o que representou crescimento de 38,5% sobre 2010, quando as vendas externas totalizaram US$ 4,044 bilhões. As importações também ficaram elevadas no período: US$ 5,728 bilhões, com 37% de aumento sobre o montante do ano anterior, que foi de US$ 4,175 bilhões. No entanto, o saldo (exportações menos importações) foi deficitário pelo segundo ano seguido, em US$ 123,2 milhões.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Indústria e Comércio (SIC). No ano passado, a corrente de comércio de Goiás, que é a soma das exportações e importações, atingiu US$ 11,333 bilhões, registrando crescimento de 37% na comparação com o apurado em 2010, que foi de US$ 8,219 milhões. Segundo a SIC, o principal produto exportado pelo Estado em 2011 foi o complexo soja, com US$ 1,806 bilhão, o equivalente a 32,2% do total do período. No segundo lugar ficaram as carnes (bovina, suína, aves e outras), com US$ 1,170 bilhão, ou 20,9% do total. Na sequência estão sulfeto de cobre, açúcar, milho, ferroligas, couro e derivados.

O superintendente do Programa Produzir da SIC, Júlio Paschoal, credita o bom desempenho da balança comercial goiana no ano passado à qualidade das mercadorias goianas e às parcerias entre o governo do Estado e entidades representativas do segmento empresarial. “Graças a essas parcerias, os empresários goianos estão tendo a confiança necessária para enfrentar o concorrido mercado internacional”, destaca.

Segundo a professora de Economia Internacional da Universidade Federal de Goiás (UFG), Andrea Lucena, o crescimento das exportações goianas em um ano de crise no cenário mundial é positivo. Entretanto, a pauta das vendas externas do Estado ainda é concentrada em poucos produtos. O ideal, argumenta, seria buscar a diversificação dos itens com agregação de valor. Ou seja, no lugar de produtos primários, as empresas goianas deveriam exportar itens mais industrializados. Ao invés de exportar soja em grão, por exemplo, o recomendável seria vender para outros países o óleo de soja. No lugar da carne in natura, a carne processada.

China
A China foi o principal parceiro comercial de Goiás no ano passado, aponta a SIC. Somente para o país asiático foram remetidos produtos no total de US$ 1,111 bilhão, o equivalente a 19,89% de todo o valor exportado pelas empresas goianas. Também foram parceiros importantes Holanda, Índia, Espanha, Rússia, Irã, Reino Unido, Argentina, Alemanha e Hong Kong. Andrea Lucena observa ainda que Goiás deveria buscar diversificar mais seus mercados para não ficar tão dependentes de um só país, mesmo que ele seja a gigante asiática China. “Ficamos muito vulneráveis ao que acontece com a economia chinesa”, observa.

Entre os itens importados pelo Estado em 2011, o destaque ficou com veículos automotores, tratores e suas partes, com US$ 2,627 bilhões. Também foram adquiridos de outros países produtos farmacêuticos; máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos; adubos e fertilizantes; químicos orgânicos. Coreia do Sul foi o país que mais forneceu produtos para Goiás, com total de US$ 1,860 bilhão, seguido por Estados Unidos, Japão, Tailândia, Alemanha, Suíça, China, Rússia, Canadá e Belaraus.

Para Júlio Paschoal, a mai­oria dos produtos importados chega ao Estado para ser adicionada ao setor produtivo. “São adubos, fertilizantes e químicos orgânicos usados pelas indústrias do setor, insumos para a indústria farmacêutica, além de máquinas e automóveis que chegam para serem desembaraçados no Porto Seco de Anápolis”, afirma ele.

Fonte: Jornal o Hoje