Goiânia terá ação contra o crack

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Galtiery Rodrigues

A Polícia Militar promete para semana que vem ação articulada de vigilância e triagem dos usuários de crack que vivem em pontos considerados críticos de Goiânia. Consciente de que o problema não envolve somente segurança pública e após a reportagem publicada ontem em O HOJE, que repercutiu a disseminação de pequenas cracolândias em regiões diversas da cidade, o comandante do policiamento da capital, coronel Massatoshi Sérgio Katayama, diz que começa hoje a entrar em contato com órgãos da Prefeitura para planejar a ação conjunta.

Ontem pela manhã, policiais militares estiveram na “cracolândia” indicada pela reportagem de O HOJE, na Nova Vila. As viaturas fecharam todas as possibilidades de fuga dos usuários e foi possível revistar as cerca de 30 pessoas que amanheceram na Rua 227. Em seguida, os comerciantes receberam cartões com os telefones para entrarem em contato, quando necessário, especialmente para evitar os furtos e roubos que se tornaram frequentes na região, com a aparição dos integrantes do grupo. Katayama diz que esta foi ação de rotina, mas reconhece que, infelizmente, não é possível fazer isso todos os dias.

Com a operação da semana que vem, o comandante pretende associar forças e realizar trabalho mais contundente, aumentando a eficácia da ação. Hoje, ele entra em contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), com a Polícia Civil e com o comando da Guarda Municipal para ver a melhor forma de articular as funções de cada em favor do que chama de “tentativa de combate aos craqueiros”, tal qual o que vem sendo feito na Cracolândia em São Paulo. Equipes do Choque e do Giro também vão participar.

Katayama lamenta que o uso de drogas não seja crime, assim como a ausência de lugar para encaminhar os usuários e a falta de vagas para tratamento oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele sabe que basta retirar os dependentes do local cativo para, assim que a polícia sair, eles retornarem. E ontem à tarde, já estavam de volta à Rua 227, na Nova Vila. A PM deve voltar ao local na próxima semana e visitar regiões já conhecidas pela incidência do tráfico, que não foram divulgadas para não atrapalhar a operação.

Denarc
A medida da PM vem para complementar outra, já prevista pelo delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), delegado Odair José. Em investigação feita desde o dia 17 de dezembro, a Polícia Civil levantou dez locais considerados críticos e marcados pelo tráfico e aglomeração de usuários. O delegado, munido de vídeos e fotografias, pretende deter os traficantes e mantenedores de tais bocas de fumo e, com isso, dar o primeiro passo para desarticular a permanência e desenvolvimento de potenciais cracolândias espalhadas pela cidade.

Estas seriam respostas que as polícias tentam dar à população queixosa pela presença de usuários, mesmo à luz do dia, nas proximidades de casas e comércios. Katayama aposta na união com o objetivo de não ser mais uma “enxugada de gelo”, metáfora que utiliza para definir o que a PM vem fazendo até então, em relação aos dependentes que vivem nas ruas. “Vamos atender aos chamados do povo e fazer a nossa parte, embora sabemos que sozinhos não somos capazes de solucionar o caso”, diz.

Fonte: Jornal o Hoje