Aparecida sofrerá com buracos até estiagem

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Wanessa Rodrigues

A promessa era de que, em uma semana, os problemas com os buracos em ruas de Aparecida de Goiânia começariam a ser resolvidos. Os dias passaram, mas a situação continua a se agravar. Como mostrou reportagem do HOJE no último dia 1º de janeiro, vias do Jardim Nova Era e Cidade Satélite São Luiz estão praticamente intransitáveis. Os trechos, conforme informou a Assessoria de Comunicação da prefeitura, passariam pela Operação Tapa Buraco, mas, segundo o órgão, isso só será possível depois que passar o período chuvoso.

Em nota enviada pelo órgão, o secretário de Infraestrutura de Aparecida, Mário Vilela, informa que todos os setores que precisam de serviços de reparos, como recapeamento, tapagem de buracos e erosões, vão ter de aguardar a estiagem para que o serviço seja feito “uma vez que não adianta os reparos, já que a chuva leva tudo novamente”. Ainda segundo o secretário, as equipes irão trabalhar em toda a cidade após este período.
Enquanto isso, moradores fazem protestos e cobram dos órgãos responsáveis do jeito que podem. Na Rua dos Paulistas, na Vila Mariana, o motorista Joel Carlos Mendes diz que cansou de solicitar o reparo no asfalto. Sem obter êxito, resolveu jogar cimento na via para impedir que os buracos ficassem ainda maior. Mas a saída encontrada pelo motorista não resolveu.

Foi então que Joel decidiu colocar cavaletes com placas de isopor sobre o buraco aberto em frente a sua casa. “Não resolve, mas impede acidentes”, diz. Logo outros moradores da região reforçaram o recado. Eles escreveram de um lado das placas “Impostos em dias” e, do outro “Paguem seus impostos”. Segundo o motorista, essa é a maneira de cobrar soluções da prefeitura. “Todo ano é assim. Os buracos são abertos porque o asfalto não aguenta a força das águas e nem de carros pesados”, diz.
Joel diz que a situação se arrasta há mais de um mês, mesmo período em que a Avenida Graça Aranha, no Jardim Nova Era, naquela mesma região, como mostrou a reportagem do HOJE, está em estado crítico. Se há pouco mais de uma semana os buracos abertos na rua já traziam transtornos, com a intensificação das chuvas a situação ficou ainda pior. Dificilmente qualquer veículo, tanto motocicletas, ônibus e até bicicletas, con­segue transitar pelo local sem ter de desviar dos buracos.

Quem passa pela via, que dá acesso à Avenida Rio Verde, tem de andar em velocidade baixa para conseguir driblar os buracos. Para evitar ainda mais transtornos, motociclistas passam pela calçada e até na contramão da via. O cabeleireiro Odair José Lopes Silva, 34, que reside em uma das esquinas daquela avenida e que já falou sobre a situação, conta que caminhões da prefeitura estiveram no local, mas que “o que foi feito só trouxe mais lama”.

Na Rua São Miguel, que cruza a Graça Aranha, a situação também continua caótica. Há mais de um mês buracos impedem que um lado da pista seja usado. Agora, com a intensificação do problema devido às chuvas, os ônibus que passam pelo lugar chegam a invadir a calçada para desviar dos buracos. “O asfalto está desmanchando e ninguém toma providências”, diz o eletricista que trabalha naquela rua há 18 anos.

Porta de casa
Em outra região de Aparecida, na Avenida V 3, Cidade Vera Cruz II, o pedreiro Rainilson Ribeiro de Souza, 40, convive com o problema bem na porta de sua casa. “Fica difícil entrar e sair com o carro”, afirma. As mesmas fissuras no asfalto impedem que os ônibus do transporte coletivo parem próximo ao ponto. A mesma situação é observada em outros pontos da mesma avenida, levando transtornos aos motoristas e pedestres que passam pelo local.

Fonte: Jornal o Hoje