Município recorre à Justiça para tirar famílias
Mesmo com as casas ofertadas pela Prefeitura de Goiânia, moradores de área de risco se recusam a mudar. Quatro famílias que residem na Rua Poços de Caldas, na Vila Romana, região leste de Goiânia, não estão dispostas a deixarem o local e se transferirem para bairros como o Jardim Cerrado, que fica próximo a Trindade. O motivo seria a distância do Centro da capital e a dificuldade de locomoção.
Estas são as famílias que, conforme a Defesa Civil, estão em situação de alto risco e precisam se retiradas com urgência. Ao todo, de acordo com a Secretaria Municipal de Habitação (SMHAB), eram oito. Quatro já foram transferidas na semana passada, uma para o loteamento Orlando Morais e três para o Jardim Cerrado. As que ficaram pra trás são as resistentes em sair.
A Prefeitura planejava realizar a mudança dos moradores da Vila Romana no final do ano, mas em decorrência da urgência do caso e as últimas chuvas que pioraram a situação, a SMHAB antecipou a transferência. Eles estão sendo levados para casas feitas em loteamentos do município e que foram ocupadas irregularmente, por familiares ou inquilinos que se inscreveram no programa ou que estão desocupadas.
MP
Diante da situação e sem poder retirar as famílias à força, a Prefeitura pensou que o melhor seria comunicar ao Ministério Público de Goiás (MP). Na quarta-feira, o promotor da área de urbanismo, Maurício Nardini, recebeu os documentos. A promotoria já havia entrado com ação na Vara da Fazenda Pública de Goiânia no último dia 10 para resolver o caso. Espera-se agora o veredicto do juiz. Dependendo da decisão judicial, pessoas como Josefa Nery Borges, de 61 anos, terão de voltar atrás na decisão.
A senhora diz que não pretende deixar a casa onde mora há 30 anos para se mudar para um lugar tão longe. Ela afirma que desde que comprou o imóvel, a situação é a mesma. “Só desbarrancou um pouco, quando vieram aqui fazer o meio-fio, mas nunca entrou água ou teve enchente.”
Fonte: Jornal o Hoje