Governo promete retomada de obras do Centro de Excelência em 2012
Há cerca de 12 anos, o governo de Goiás idealizou o projeto de construção do Centro de Excelência de Esportes Olímpicos em Goiânia. O projeto prevê a reconstrução do Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, demolido em 2005, a construção do Parque aquático e do Laboratório de Capacitação e Pesquisa, além da reforma e readequação do Ginásio Rio Vermelho.
Complexo visa ser referência para iniciação esportiva (Foto: Divulgação) |
“Quando foi feita a primeira licitação, a empresa entendeu que seria o complexo todo, o Estádio, o Parque Aquático e o Laboratório, só que o Ministério Público Federal não concordou com isso. Ele acha que teria que ser separado e detalhado da maneira que nós fizemos agora, para cada pedaço da obra uma licitação. Com isso, o Ministério Público entrou na Justiça, a empresa também entrou e ficou essa briga para ver quem tinha razão” explicou.
Neste período, o Estádio Olímpico já havia sido demolido, fato que ocorreu no início de 2005, e a construção do estacionamento subterrâneo iniciada, entretanto devido a interrupção de toda a obra, o mais tradicional estádio de Goiás se tornou um enorme buraco.
Novidade
Em 2011, o Governo Estadual conseguiu a rescisão de contrato com a empresa que havia licitado a obra. A Agel garante que está readequando os projetos e refazendo as bases orçamentárias para abrir um novo processo de licitação.
“Entramos, rescindimos o contrato com a empresa para acabar com esta discussão, conseguimos ganhar e derrubar a liminar que a empresa tinha e fizemos a atualização do projeto” detalhou. “Os orçamentos foram finalizados no fim do ano (2011), queremos abrir o prazo para já este mês para as empresas se apresentarem” revelou.
Licitação
Segundo o Chefe de Gabinete de Gestão do Centro de Excelência, Lamartine Reginaldo da Silva, o processo de licitação será realizado em janeiro ou fevereiro de 2011, mas não será de todo o Complexo. Primeiramente será licitado o Laboratório de Capacitação, que já possui recurso, vindo da União, para a sua finalização.
“Essa licitação deve ser feita agora em janeiro, ou fevereiro, até porque não poderia ser feita antes, pois estavam faltando alguns detalhes de arquitetura e jurídicos também, para assim que retomar a obra ir até o final. Então essa licitação deve ser feita, e será em duas fases. Primeiro uma licitação para a conclusão do laboratório, porque temos um recurso na CAIXA, R$ 10 milhões. Até porque, se for licitar o conjunto todo agora, nós podemos criar um impasse em relação ao prédio, então nós preferimos licitar o laboratório e imediatamente preparar o Estádio e o Parque Aquático para serem licitados na sequência” destacou.
Presidente da Agel quer abrir nova licitação ainda este mês (Foto: Goiás Agora) |
“Nós conseguimos uma parceria com a União, conseguimos mais R$ 10 milhões para 2011 e conseguimos para o orçamento do ano que vem mais R$ 25 milhões. Não tenho o orçamento, mas acredito que com R$ 40 ou 50 milhões nós construímos o Estádio” detalhou.
Retorno das obras
O Complexo, como todas as obras do Estado, será administrado pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que receberá um novo projeto adequado as modificações e especificações dos esportes olímpicos, como explicou o engenheiro Lamartine Reginaldo.
“Nós estamos fornecendo ao projetista de arquitetura, todos os elementos necessários, de acordo com a modernização e alteração que foram feitas no decorrer destes 11 anos, porque o projeto inicial tem 11 anos. Muitas coisas, na área do esporte, dimensão, algumas especificações de piso de quadra, algo em relação ao atletismo e natação mudaram, houve alteração nas regras. Então, em 2011, aproveitamos essa discussão jurídica em torno da rescisão do contrato e refizemos o projeto”, declarou.
De 2000 para cá, obras não saíram desse estágio (Foto: Divulgação) |
A intenção do atual governo é retornar as obras doEstádio Olímpico em 2011, a previsão é que a reconstrução do estádio dure cerca de dois anos, portanto a promessa é que o estádio esteja pronto até 2013. Quando estiver pronto, poderá receber novamente jogos de futebol e competições de atletismo. Terá a capacidade 12 mil pessoas sentadas. Segundo Lamartine, o projeto não quis ampliar a capacidade de público porque não quer priorizar as competições de futebol e dar mais espaço às competições de atletismo, além disso, por ser um local de fácil acesso, haveria o risco do estádio tomar o lugar do Serra Dourada.
“Vai ser um estádio arrumadinho, mais ou menos como era antes, só que antes não cabiam 12 mil pessoas sentadas e bem acomodadas, agora serão 12 mil assentos. Ele será sempre uma alternativa para os campeonatos, mas dentro destas limitações, porque se a gente faz 20 mil lugares, a gente acaba com o Serra Dourada, todo mundo vai querer jogar no Centro e o Serra Dourada vai ficar às moscas” explicou o engenheiro.
Ele confirma que o estacionamento do Estádio será para 375 carros, isso porque ficaria inviável a construção de um estacionamento de maior porte. Segundo ele, como o estádio é de fácil acesso, é possível realizar grandes eventos sem ter um estacionamento compatível com a capacidade de público.
“Para jogos é muito complicado, você não pode pegar e liberar para o público chegar de carro, iria virar uma loucura, mas o Estádio Olímpico nunca teve estacionamento e sempre funcionou, por isso que a gente não quis forçar a barra e tentar fazer na capacidade do estádio” destacou.
Até o momento, foram gastos cerca de R$ 8 milhões na demolição e reconstrução do Estádio Olímpico. De acordo com Lamartine, a base para a construção do estacionamento está pronta.
“Você pensa que não tem muita coisa, mas tem, as fundações do estacionamento, o pilares, blocos, tem muita coisa, mas nada visível porque foi tudo do piso para baixo. A obra parou num estágio muito ruim, eles teriam que ter tido recurso para sair do estacionamento e fazer, pelo menos, a laje de cobertura, mas, ficou a céu aberto, aquele buraco é o estacionamento”, explicou.
Entenda o projeto
O Centro de Excelência foi idealizado para se tornar um grande pólo de prática esportiva, formação de competidores olímpicos e realização de competições. Após a construção do complexo será possível a prática de esportes como Atletismo, Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol, Voleibol, Natação, Ginástica Rítmica, Saltos Ornamentais, Judô, Karatê Do, Tênis de Mesa, Badminton, Lutas, Ginástica Artística e Trampolim Acrobático.
O projeto prevê a formação de profissionais que auxiliam na formação de atletas profissionais, que também abrangerá os atletas paraolímpicos.
O Laboratório de Capacitação e Pesquisa será criado para realização de programas de capacitação em parceria com universidades e formação de futuros profissionais do esporte. Terá alojamento, áreas de convivência, salas de estudo, laboratórios, auditório, academia e quadras, com medidas oficiais, para pratica esportiva.
O Parque Aquático foi idealizado para a prática de natação, pólo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais. Terá piscina olímpica, piscina para saltos ornamentais, duas piscinas semi-olímpicas e arquibancada.
O Estádio Olímpico será um espaço para realização competições de atletismo, saltos, arremessos e futebol. Já o Ginásio Rio Vermelho continuará atendendo esportes como Volêi, Basquete e Handebol.
A estimativa é que, inicialmente, o complexo tenha cerca de 60 professores, que trabalharão com iniciação esportiva, na escola de treinadores, treinando atletas e realizando pesquisas. O centro terá 1.500 atletas, em média, alguns poderão ser alojados no local. Contará ainda com 1.200 alunos distribuídos em projetos de iniciação, pesquisas e eventos.
Fonte: Portal 730