Vice-prefeito da chapa de Paulo Garcia diz que recursos limitados da prefeitura travam grandes obras de mobilidade
Aos 34 anos e ainda no primeiro mandato eletivo — foi eleito vereador de Goiânia em 2008, com 4.685 votos —, Agenor Mariano está a ponto de dar um grande salto em sua carreira política: pode se tornar vice-prefeito da capital. Ele foi escolhido pelo PMDB — embora garanta que Iris não interveio diretamente em seu favor —para ser o colega de chapa de Paulo Garcia (PT), que disputa a reeleição.
Um dos motivos da preferência teria sido pelo fato de ele ser evangélico. Agenor minimiza. “Na verdade, as pessoas tentam colocar sobre mim, não sei se por elogio ou depreciação, o termo ‘evangélico’. Sou evangélico como meu vizinho de cadeira é católico, como a pessoa da frente pode ser espírita”, rebate. Ele mantém postura reservada quanto a temas polêmicos, como o aborto e a união civil homossexual. “Não são da esfera municipal, portanto acho melhor não externar minha opinião. Mas a tenho.”
Ex-secretário de Administração no primeiro mandato de Iris Rezende (2005-2008) e hoje líder do Paço na Câmara de Goiânia, Agenor diz que se sente vocacionado à política desde os tempos de militância estudantil, na Faculdade Anhanguera. É membro da igreja Videira, fundada há 14 anos, mas já nasceu em berço evangélico. Apesar da pouca idade — ou até por causa dela —, o vereador mostra-se uma pessoa de convicções forte e pensamentos objetivos, no que diz respeito à administração pública.
Euler de França Belém — O trânsito de Goiânia é outro problema grave. A Avenida 136 depois das 18 horas virou um corredor polonês. O que Paulo Garcia tem feito para melhorar e o que pretende fazer a mais?
Existe uma corrente, com a qual eu concordo, que diz que se tivermos transporte público adequado teremos menos fluxo de carros, o que diminuiria os transtornos. A Prefeitura tem esbarrado também na questão de recursos...
Cezar Santos — Mas Iris, quando candidato, disse que resolveria o problema do transporte em seis meses...
Sim, é verdade. E, a julgar pelo quadro que encontrou, resolveu até antes. Ora, se eu tenho ônibus que vivem estragados, sucateados, e troco por novos, esse problema eu resolvi. Carecemos de muito investimento no trânsito de Goiânia. Eu estava lendo recentemente que em São Paulo, com quase 500 anos, que têm trechos que custaram em mais de R$ 1 bilhão por quilômetro. Tanto é que, se não me falha a memória, a capital paulista não chega a ter nem 50 quilômetros de linhas de metrô. Ora, o orçamento de Goiânia é de R$ 3 bilhões, para atender a todas as demandas. Então, se os governos federal e estadual não ajudarem a cidade, não há como o município falar em coisas como o metrô. O VLT [veículo leve sobre trilhos] será implantado a partir de uma assinatura de transferência de recursos da Prefeitura. Vai resolver o problema? Acho que não, vai apenas minimizar. É um conjunto de ações que precisam ser implementadas ao mesmo tempo. O que sido feito com inteligência é feito sem grandes recursos. Em 1950, Goiânia já tinha os 50 mil habitantes para os quais foi planejada. Em 1960, já tinha o triplo disso. Hoje somos uma região metropolitana. Existem casos que desafiam a lei da física, em que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Ou a Prefeitura busca recursos até para desapropriar uma rua inteira para abrir espaço ou não vai resolver certos problemas.
Frederico Vitor — A Prefeitura inaugurou recentemente o Eixo Universitário, com faixa exclusiva para ônibus. Seria esse o modelo a ser aplicado em outras vias da capital?
É um modelo que não requer grandes recursos. Apesar disso, quase caí de costas com certos custos da obra. É um modelo inteligente, mas até certo ponto, dentro de certa lógica. O transporte coletivo vai ganhar alguns minutos, porque o que impede ele de ser eficiente é o trânsito. É preciso resolver essa questão sempre, em qualquer caso, a não ser que venha o metrô como intervenção. Somente com o governo federal e o governo estadual se poderia pensar nessa ideia.
Euler de França Belém — No caso da Avenida 136, o que poderia ser feito, especificamente?
Temos dois viadutos planejados para aquele local, um no cruzamento com a Rua 115 e outro no encontro com a Avenida Leopoldo de Bulhões, continuidade da Marginal Botafogo. Ganharíamos uma sobrevida do fluxo do trânsito muito grande com essas intervenções. Moro na região da Avenida T-63 e passo todo dia no viaduto sobre a Avenida 85. Do dia em que o viaduto ficou pronto até a presente data, milhares de carro entraram em circulação na cidade. Basta olhar as estatísticas de venda de automóveis. Imagine então, se não existisse hoje aquele viaduto, o congestionamento chegaria até a Praça da Nova Suíça! O prefeito Paulo Garcia tem buscado a chamada “onda verde” como sistema inteligente para toda a cidade, mas ainda não foi possível implantá-lo dessa forma, porque não é barato, embora necessário. Também vamos dar sequência à implantação dos corredores para o transporte coletivo. Estamos também cobrando melhor manutenção dos ônibus por parte das empresas e assinamos o contrato do VLT garantindo o repasse da verba ao governo estadual. Já temos também os recursos para a implantação do corredor Norte-Sul. A cidade é muito grande, as necessidade aparecem a todo o momento, mas a Prefeitura não tem se omitido.
Fonte: Jornal Opção
1 comentários:
Write comentáriosO QUE TRAVA É A CORRUPÇÃO DO SEU PARTIDO PREFEITO PAULO GARCIA!
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