Goiás continua acima da média
No mês de maio, Estado deu salto de 6,5% sobre o resultado de abril, a maior taxa de crescimento do Brasil, de acordo com o IBGE
A indústria goiana continua crescendo em ritmo mais acelerado do que no resto do País. Segundo os dados da produção de maio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás avançou 6,5% sobre o resultado de abril e, com isso, teve a maior taxa entre os locais pesquisados (13 Estados e a região Nordeste).
Quando se compara o mês de maio de 2012 com o de 2011, o aumento da produção goiana foi de 4,9% – atrás apenas do avanço registrado no Pará (6,2%) e no Paraná (5,5%). Vale ressaltar que o Estado vem numa melhora contínua há 13 anos consecutivos em relação ao quinto mês do ano.
Nos outros períodos analisados, a vantagem de Goiás é ainda maior. No acumulado de janeiro a maio, o crescimento de 12,4% é mais que o dobro do que foi verificado no Paraná, que avançou 6,1%. O mesmo ocorre quando se analisa a trajetória da indústria goiana nos últimos 12 meses, que cresceu 12%.
Em maio, quatro áreas industriais (de um total de cinco pesquisadas) tiveram resultados positivos. Dois setores foram os que mais contribuíram para o crescimento da atividade goiana: produtos químicos (8%) – em função do aumento na fabricação de medicamentos – e alimentos e bebidas (3,4%) – influenciados pela produção de maionese, refrigerantes, massas alimentícias e massas de tomate.
O economista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Cláudio Henrique de Oliveira, também acrescenta como fator preponderante nesse resultado o setor sucroalcooleiro. Segundo ele, a safra de cana-de-açúcar no mês de maio impactou tanto no setor químico, com a produção de etanol, como nas indústrias alimentícias, com o processamento de açúcar.
Outras indústrias que avançaram foi a de metalurgia básica (19,4%), impulsionada em grande parte pela maior produção de ferronióbio e de ouro em barra, e a de minerais não metálicos (2,8%), com fabricação de massa de concreto e cimentos Portland. A única taxa negativa foi registrada nas indústrias extrativas (-2,4%), pressionada principalmente pela menor produção de amianto.
Causas
Cláudio Henrique enumera uma série de elementos que contribuem para a evolução contínua do setor industrial no Estado: diversificação da atividade local, maturação dos investimentos, melhoria dos produtos, redução de custos e a conquista de novos mercados.
Entretanto, é o fato de estar centrado na agroindústria que permite que, neste momento, Goiás se destaque em relação a outros Estados que têm força concentrada em setores que estão em declínio, como automobilístico e bens de capital, por exemplo. “A produção diferenciada de Goiás, em comparação com outros Estados, vem fazendo com que a indústria goiana se destaque em nível nacional”, reforça.
Fonte: Lídia Borges, O Popular