Qualidade do ar em Goiânia está pior

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Segundo a Semarh, é possível que a situação volte a piorar até a chegada das chuvas. Condições ruins já eram previstas pelo órgão.

Conforme previa a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), a qualidade do ar em Goiânia piorou desde que começou o período de seca, em junho. De acordo com o órgão, a tendência é de que a concentração de partículas totais em suspensão continue crescente pelo menos até novembro, em função da menor umidade relativa do ar nessa época do ano. De acordo com padrões de qualidade estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), a média aritmética anual recomendada não deve ultrapassar 80 microgramas por metro cúbico. No último dia 2, o aparelho instalado na Praça do Trabalhador chegou a registrar 93,28 microgramas.

Pelo parâmetro que mede as partículas totais em suspensão, utilizado pelos dois amostradores instalados em Goiânia – um na Praça Cívica e outro na Praça do Trabalhador –, a média diária de partículas em suspensão no ar por metro cúbico é de 50 microgramas. Os aparelhos medem semanalmente os padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, quando ultrapassadas, podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, além de ocasionar danos ao meio ambiente em geral. Segundo o gerente de monitoramento ambiental da Semarh, Armando Melo e Santos, o material particulado está entre os principais causadores de doenças respiratórias.

Armando explica que o número de partículas no ar aumenta no período de seca porque a umidade ajuda a dispersar os poluentes como fuligem e poeira. Segundo ele, estudos conduzidos pela Secretaria entre os anos de 2002 e 2008 mostraram valores críticos, que chegaram a ultrapassar 180 microgramas por metro cúbico. No entanto, ele destaca que essas medições foram realizadas apenas quando não chove. “Além disso, um medidor ficava no Terminal Isidória e pegava ar direto do escapamento dos ônibus”, justifica. Na Praça do Trabalhador, as medições chegaram a 150.

Índices
As medições atuais começaram em outubro passado e só no mesmo período deste ano será possível obter uma concentração média anual e finalmente saber se ela ultrapassa os 80 microgramas por metro cúbico recomendados pelo Conama. Por enquanto, a concentração média de material particulado em Goiânia não apresenta valores acima dos limites estabelecidos pela legislação ambiental. “A média ainda está abaixo, mas, por enquanto, pegamos a maior parte de período úmido. Agora, os valores devem subir. O que queremos saber é quanto vai subir e se isso supera a média,” afirma o gerente de monitoramento da Semarh. O diretor ressalta que já existe um projeto de implantação de mais um medidor em Goiânia e alguns no interior.

Tempo
Goiânia já passa pelos efeitos do período de estiagem. Com algumas chuvas que caíram neste mês de julho, a umidade chegou a um nível de 45%. Porém, para essa semana, não há previsão de chuvas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com o meteorologista do Inmet, Manoel Rangel, uma massa de ar seco sobre a região Centro-Oeste impede a formação de nuvens e as chuvas.

Os dados do Sistema de Meteorologia e Hidrologia de Goiás (Simehgo) também confirmam o período seco e a queda de umidade. Segundo a superintendente da Secretaria de Tecnologias do Simehgo, Rosidalva Lopes, a umidade em Goiânia já chegou a 20%. A superintendente explica que, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), abaixo de 12% é estado de emergência; de 12% até 20%, alerta; de 21% a 35%, atenção.

“Nós tivemos uma queda na umidade, por isso estamos em estado de alerta.” A queda da umidade e o período seco vêm acompanhados de madrugadas mais frias que variam no Estado por região de 15ºC no interior até 22ºC na capital. “Ocorre um aumento gradativo da temperatura à tarde podendo chegar até 36ºC.”

Fonte: Jornal O Hoje
Foto: Wildes Barbosa