Solução para mobilidade
A criação do corredor exclusivo para ônibus na Avenida Universitária vai melhorar a vida de quem usa o transporte coletivo em Goiânia. Aos poucos, com a implantação de corredores semelhantes, andar de ônibus poderá ser a melhor opção para o deslocamento na Capital e na região metropolitana. Tudo isso porque não há solução para garantir a mobilidade se o carro for prioridade.
Com isso, o poder público terá que criar meios para que o transporte de massas seja eficiente. Superintendente de Desenvolvimento Urbano e Trânsito da Secretaria de Estado das Cidades e coordenador da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) no Centro-Oeste, Antenor Pinheiro garante que a possibilidade de termos transporte coletivo de qualidade só existe se houver espaços exclusivos pra que os ônibus possam fluir com velocidades operacionais adequadas. Segundo ele, hoje temos os ônibus fluindo com 8km/h a 12km/h. “Não há como garantir eficiência neste quadro. É necessário atitude que melhore esta dinâmica.” Antenor Pinheiro destaca que não há solução técnica para o transporte individual motorizado. “Ou optamos por garantir fluidez aos modais coletivos e não motorizados, como bicicletas, ou continuaremos enxugando gelo. Um ônibus com 60 pessoas a bordo equivale a 46 carros circulando nas ruas. A taxa ocupacional do carro no Brasil é de 1,3 pessoas por veículo.”
Assimilar o espaço do ônibus é fundamental para a mobilidade. A AMT implantou sensores para multar motoristas que usarem o corredor exclusivo de maneira inadequada. Antenor Pinheiro concorda com a medida. “Embora essa atitude desperte grave protesto de quem tem no transporte individual a solução do seu problema, garantir espaços para os ônibus significa a solução coletiva. É preciso fiscalizar e garantir melhor velocidade comercial aos ônibus. Este é o caminho.”
Mais do que uma obra da prefeitura, o corredor exclusivo pode ser visto como solução para o transporte. Segundo Antenor Pinheiro, mais que uma obra de ocasião, o corredor da Avenida Universitária é uma decisão acertada tecnicamente. Garantir espaços para os diversos modais que não necessariamente o carro/moto é melhorar os conceitos de gestão dos espaços de mobilidade da cidade. Ampliar este conceito para as demais vias da cidade é melhorar a capacidade de mobilidade social.”
Fonte: Jornal do Ônibus