Veículos pesados e caminhões estão proibidos de circular em áreas de Goiânia
Déborah Gouthier
A circulação de veículos pesados e caminhões está proibida em algumas áreas de Goiânia, segundo anúncio feito nesta sexta-feira, 7, pela prefeitura. A partir do próximo dia 20, entra em vigor a Lei 9028, que restringe o tráfego de veículos acima de sete toneladas e com mais de oito metros de comprimento. A proibição será válida entre as 7 e 19 horas, de segunda a sexta-feira, e das 7 às 14 horas aos sábados.
Miguel Tiago, presidente da AMT (Agência Municipal de Trânsito), agência responsável pela nova regulamentação e sua futura fiscalização, falou aoJornal Opção sobre a novidade no trânsito da capital goiana.
Jornal Opção: Como fica a restrição do tráfego de veículos pesados em Goiânia?
Miguel Tiago: Preparei uma regulamentação que iria ter abrangência muito grande e horários específicos para tirar esses trambolhos do centro da cidade, mas a medida não saiu como preparei. Os setores envolvidos reagiram e convenceram o prefeito a diminuir a área incluída na restrição. Quem tem juízo obedece e nós acatamos as modificações.
JO: O que foi alegando pelos setores envolvidos? O que foi essa reação?
MT: A justificativa deles ao prefeito Paulo Garcia me convenceu também: para não prejudicar o abastecimento da cidade; não prejudicar as edificações nessas áreas, eles apresentaram um dado muito interessante de que a construção civil não pode trabalhar depois das 17 horas de maneira regular, só pode fazer isso esporadicamente, então não teriam nem como descarregar caminhões, por exemplo. Essas e uma série de outras justificativas fizeram com que nós mudássemos a regulamentação inicial.
JO: Quais são as áreas incluídas na proibição?
MT: Uma parte do Centro, que inclui a Praça Cívica e segue entre Avenida Araguaia, Avenida Paranaíba, Avenida 68, Avenida Independência, Rua 74 e Avenida Tocantins. Toda essa área fica com restrição à entrada de caminhões. A outra área é o chamado Eixo Universitário, que inclui a Praça Cívica, Praça Universitária e Praça da Bíblia.
JO: Como será feita a fiscalização da medida nessas áreas?
MT: Teremos 90 dias, a partir do dia 20 de outubro, para os setores envolvidos fazerem as adequações necessárias e depois disso vamos ter o prazo para sinalizar aonde são as áreas de restrição. A partir daí, haverá a presença dos agentes de trânsito educando, orientando e só depois autuando. Mas por enquanto não é hora de autuação. Agora é um período pedagógico.
JO: E como ficam áreas de grande circulação desses veículos, como a Perimetral Norte, por exemplo?
MT: Essas áreas ficam livres para a circulação, com exceção dos caminhões cegonha. Esses não podem circular em Goiânia, a não ser em vias rodoviárias, que são essas passagens principais para outras cidades, como o caso da Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara, e a Avenida Perimetral Norte. São 18 avenidas livres fora esses chamados eixos rodoviárias, que circundam o município. Agora, os caminhões cegonha de até 14 metros podem circular na cidade para abastecer as lojas. Eles são uma exceção porque não é aquela cegonha escandalosa, é menor e poderiam continuar abastecendo as lojas.
JO: Inclusive nessa parte restrita, do Centro da cidade?
MT: Poderia circular inclusive no Centro, mas lá não tem muitas lojas assim, só uma, e uma não serve de comparação.
JO: Há planos para ampliação do projeto, para a inclusão de novas áreas nessa restrição?
MT: Estou seguro de que depois de um tempo de acomodação dessa área de restrição, vamos precisar ampliar. Mas não sei precisar quanto tempo, talvez dentro de dois anos, porque ainda não dá para saber como vai ser. É a primeira vez que há uma restrição desse tipo em Goiânia.
JO: Quais são os objetivos dessas medidas de restrição?
MT: Desobstruir as vias para garantir fluidez e a humanização do trânsito. Porque à medida que máquinas tomam conta das ruas, você tira o espaço público das pessoas e passa para esses trambolhos. A restrição favorece, inclusive, a ocupação por outros meios de transporte, como a bicicleta.
JO: Por falar nisso, a AMT inaugurou, ainda hoje, um novo bicicletário, em frente à agência. Como está a ação de vocês nesse sentido?
MT: O nosso bicicletário é muito pequeno, mas tem um gesto no sentido de estimular esse outro modo de transporte. Vamos fazer aqui, do outro lado da avenida outro, e em todos os pontos da agência. Na medida em que fizermos também vamos motivar outros órgãos da prefeitura a fazer. E também queremos ver a iniciativa privada fazer isso. Eu mesmo vim de bicicleta de casa para cá nesses últimos dias. Gastei cerca de 1h30 para vir, porque vim sem pressa, passeando. Na volta já fui melhor, gastei uns 50 minutos, porque também é só descida e para baixo todo santo ajuda! Mas acontece que quando cheguei aqui, não tinha onde deixar a bicicleta. Tive que deixar amarrada em uma coluna atrapalhando os carros. Aliás, são os carros que atrapalham as bicicletas. Então, acredito que na medida em que se criam esses espaços, a pessoa sabe que pode a bicicleta ali em segurança, é uma importante forma de incentivo.
Fonte: Jornal o Hoje