Goiânia testa vacina contra dengue

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Angélica Queiroz

Goiânia está entre as cinco capitais brasileiras onde a vacina contra a dengue desenvolvida pelo laboratório Sanofi Pasteur está sendo testada. Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Natal (RN) e Vitória (ES) também estão participando dos testes em seres humanos no Brasil. Os dados serão analisados em conjunto com os de outros países latino-americanos e asiáticos, onde a dengue também é uma epidemia.

Em Goiânia, a Universidade Federal de Goiás (UFG) é o centro participante dos estudos clínicos, tendo no Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina uma pesquisadora responsável pelos testes. Em Vitória, os testes já haviam começado um mês antes e em Fortaleza e Campo Grande o trabalho deve começar ainda esse mês.

A previsão é a de que o estudo clínico nas cinco capitais inclua mais de 3,7 mil pacientes, crianças e adolescentes de 9 a 16 anos de idade – faixa etária comum a todos os participantes dessa última fase de testes. Além do Brasil, participam ainda Porto Rico, Honduras, Colômbia e México, envolvendo um total de mais de 20 mil pessoas em teste.

O diretor-regional de desenvolvimento clínico na América Latina do Sanofi Pasteur, Pedro Garbes, ressalta que a escolha das cidades foi feita baseada em diversos critérios como número de casos e contexto que mantém a infecção estável, infra-estrutura e equipe capacitada para realizar os testes. “Procuramos locais com maior incidência da doença porque assim fica mais fácil perceber a eficiência da vacina.” Se os voluntários não estiverem expostos à doença é natural que nenhum deles a desenvolva e a pesquisa deixaria de ter validade.

Voluntários
Cerca de 800 voluntários participarão dos testes. O processo em Goiânia começou no mês passado e a aplicação das vacinas deve durar mais um ano já que a mesma é composta por três doses, que devem ser aplicadas com intervalos de seis meses. Dois terços dos pacientes receberão a imunização e os demais tomarão doses de placebo –substância que não tem efeito no corpo.

Todos os pacientes serão “seguidos” pela equipe responsável durante cerca de quatro anos e, durante esse período, qualquer caso de febre deve ser relatado aos médicos pesquisadores. O objetivo é saber se os voluntários terão dengue ou não. Para que a vacina seja considerada eficiente, o número de casos da doença entre os pacientes testados precisa ser no máximo 30% do número de casos entre os que receberam doses de placebo.

Fonte: Jornal o Hoje