Goiânia é mais violenta que SP

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Vandré Abreu

Uma taxa de 27 homicídios a cada 100 mil habitantes em Goiânia. É esta a situação da criminalidade na capital de janeiro a setembro. O número está acima da média nacional, de 24 a cada grupo de 100 mil. E fica ainda pior se somarmos os 45 assassinatos ocorridos na cidade até ontem (em outubro), chegando ao impressionante número de 401 crimes este ano. Com eles, a média chega a 30,42 por 100 mil. Na comparação com a cidade mais populosa do Brasil, São Paulo, a taxa é 4,5 vezes maior, pois na capital paulista há 6,5 homicídios a cada 100 mil habitantes.

De janeiro a setembro, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo registrou 736 homicídios dolosos, ou seja, 380 crimes a mais, em números absolutos, e 2,06 vezes a quantidade ocorrida em Goiânia. No entanto, a população da capital paulista – de acordo com o Censo de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é 8,58 vezes o número de habitantes de Goiânia. Explicações para o fato são muitas e incluem o compromisso de toda a sociedade em reduzir a criminalidade.

Outra questão é a dificuldade em reprimir o homicídio. Este tipo de crime, como atesta policiais civis e militares, é de diversas motivações e ocorrem em qualquer ponto da cidade. Na noite de quarta-feira (26), o soldado do Corpo de Bombeiros João Carlos Rezende de Moraes, 29, foi morto a tiros no momento em que chegava em sua residência, na Rua Babaçu, no Setor Goiânia 2. O caso é emblemático por ser, a princípio, em um local sem qualquer risco e alguém que não seria vítima preferencial. João Carlos iria estacionar o seu carro – Honda Civic – na garagem quando um motociclista passou e efetuou os disparos.

Um PM passava na rua no mesmo momento e perseguiu, sem sucesso, o assassino, que conseguiu fugir. A Delegacia de Homicídios (DIH) estuda as hipóteses de latrocínio (roubo seguido de morte) ou assassinato simples, mas ainda espera ouvir familiares para seguir a investigação. João Carlos trabalhava em Mineiros, mas ontem se apresentaria no batalhão de Aparecida de Goiânia. Era casado e deixa uma filha de sete meses. No mesmo dia, Fabrício Barros Nascimento, 47, também morreu em frente à sua casa, no Residencial Santa Fé.

As coincidências param por aí. Fabrício saiu de casa para verificar a origem de um barulho na rua. Era uma troca de tiros entre passageiros de uma moto e de um carro e a vítima morreu com bala perdida. Os ocupantes dos veículos, segundo uma das linhas de investigação da polícia, tinham rixa antiga. Um deles seria detento do regime semiaberto.

Fonte: Jornal o Hoje